Inserir o parlamento catarinense nos debates da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontece em novembro, em Belém (PA), e apresentar o modelo catarinense de produção e conservação do meio ambiente. Com este propósito, foi instalada na manhã desta quarta-feira (12), na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar para o Fortalecimento da COP 30.

Na condição de coordenador do colegiado, o deputado Mauro De Nadal (MDB) afirmou que os primeiros trabalhos de aproximação da Alesc com o evento aconteceram em janeiro deste ano, quando ainda na condição de presidente do Legislativo estadual, esteve em Belém para conversar com a governadora em exercício do Pará, Hana Ghassan, que também atua como coordenadora da COP 30 em seu estado, e com o presidente da Assembleia Legislativa do Pará, o deputado Chicão.

“Na oportunidade, já colocamos a possibilidade de Santa Catarina participar deste momento de discussão que é a COP. A gente sabe que este evento abrigará uma discussão mundial, que todos os olhos estarão voltados ao meio ambiente, e precisamos nos envolver nesse processo, porque Santa Catarina é um estado diferenciado em relação às demais unidades da Federação.”

Outro objetivo, explicou Nadal, é apresentar o modelo catarinense, que procura conciliar a produção agropecuária com a conservação do meio ambiente. Conforme citou, mesmo com 30% do Produto Interno Bruto (PIB) advindo do agronegócio, o estado ainda consegue manter 38% do seu território com florestas.

“É, isso, por acreditarmos que Santa Catarina tem muito para contribuir nesse cenário, já que Santa Catarina é um estado basicamente sustentado pelo agronegócio e pela pequena propriedade rural e que consegue ser altamente produtivo ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente.”

Na condição de vice-coordenador da frente, o deputado Marquito (Psol) observou que a COP 30 acontece 10 anos depois do Acordo de Paris e que novas metas ambientais deverão ser firmadas. Neste sentido, o parlamentar, que também preside a comissão de Meio Ambiente da Alesc, afirmou que Santa Catarina deve estar a par das decisões tomadas e estabelecer um plano de ação para o setor ambiental.

“Precisamos ter um plano estratégico, por exemplo, para a mudança de uso de matriz energética na frota catarinense, e estabelecer critérios e metas de restauração de ecossistemas, porque tudo isso vai trazer muito mais produtividade e muito mais equilíbrio para produção catarinense. Se não avançarmos nisso, os eventos climáticos extremos, oriundos da não realização de acordos, vão trazer consequências trágicas e principalmente prejuízos também para o setor econômico.”

A proposta é que as próximas reuniões do colegiado contem com a participação também de representantes de entidades ligadas aos setores da indústria, do comércio e das cooperativas.

Também fazem parte da Frente Parlamentar para o Fortalecimento da COP 30 os deputados estaduais Fernando Krelling (MDB), Padre Pedro Baldissera (PT), Fabiano da Luz (PT), Maurício Eskudlark (PL), Rodrigo Minotto (PDT), Antídio Lunelli (MDB), Tiago Zilli (MDB), Volnei Weber (MDB), Neodi Saretta (PT), Sérgio Motta (Republicanos), Mário Motta (PSD) e Ivan Naatz (PL).

COP 30

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), ou COP 30, como também é conhecida, é um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. A conferência, que acontece entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA), é considerada um dos maiores encontros sobre o tema no mundo.

A COP 30 permitirá às representações envolvidas demonstrarem seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, além de reforçarem a atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20.

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), cerca de 40 mil visitantes são esperados para os principais dias da conferência. Entre os temas em debate, estão: redução de emissões de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas, financiamento climático para países em desenvolvimento, tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, preservação de florestas e biodiversidade, Justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.