O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, comentou, nesta quinta-feira 14, as explosões que ocorreram na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de
ontem. Um homem, identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu após detonar explosivos nas proximidades do edifício do STF.
Duas explosões foram ouvidas por volta das 19h30, a segunda delas em um carro no estacionamento entre o prédio do STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. Antes da
Moraes foi enfático ao afirmar que os ataques não são incidentes isolados, mas parte de um contexto mais amplo.
Segundo ele, o ocorrido é resultado de uma escalada que remonta ao chamado “gabinete do ódio”, conhecido por promover ataques a instituições democráticas.
“O que aconteceu ontem não é um fato isolado do contexto. Se iniciou lá atrás, quando o gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF, contra a autonomia do Judiciário e contra os ministros do STF e seus familiares”, declarou o ministro. “Isso foi se avolumando sob o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão. Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão, isso é crime. Foi se agigantando e resultou no 8 de Janeiro”, completou
O ministro informou que a Polícia Federal já está investigando o caso e que o inquérito foi encaminhado ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que decidirá sobre a relatoria. Espera-se que o caso tenha relação com as investigações em curso sobre os eventos de 8 de Janeiro e as tentativas de golpe de Estado, o que pode resultar em sua atribuição também a Moraes.
“Ontem foi uma demonstração de que só é possível a necessária pacificação do País com a responsabilização de todos os criminosos”, pontuou Moraes, ao destacar a importância de punir os responsáveis para evitar novos atentados. Moraes criticou ainda as tentativas de absolver os envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro condenados pela Justiça. Um projeto desta natureza, o PL 2.858/2022, segue avançando na Câmara dos Deputados.
“Não há possibilidade de pacificação com a anistia a criminosos. O criminoso anistiado é um criminoso impune, e a impunidade gera mais agressividade, como vimos ontem”, disse. “Pessoas acham que podem vir a Brasília para explodir o STF porque foram incitadas por várias figuras, muitas em altos cargos da república, a agredir e atacar. É fundamental que estejamos unidos na defesa da democracia e na responsabilização completa de todos os que atentaram contra ela”, defendeu o ministro.
Segundo Moraes, o terrorista tentou invadir o prédio do STF, mas foi impedido pelos seguranças, que identificaram que ele portava artefatos suspeitos. “A ideia dele era explodir dentro do próprio Supremo, mas foi barrado por nossos seguranças”, comentou
Moraes mencionou ainda uma mensagem deixada no espelho da casa alugada pelo terrorista em Brasília, que falava sobre uma “revolução” e mencionava a destruição da estátua da Justiça. “O que antes era intervenção militar agora passou a ser chamado de revolução”, observou o ministro.
Por fim, Moraes defendeu a regulamentação das redes sociais, afirmando que há um envenenamento constante das pessoas por meio dessas plataformas. “O mundo todo já está regulamentando. A Europa tem duas leis importantes aprovadas, para que possamos pacificar o país e voltar à normalidade, sem que criminosos tentem atacar a democracia dia após dia”, concluiu.
Informações: Carta Capital