quarta-feira, 17 dezembro, 2025

Diretor da PF diz que instituição não olha para “estatura política” em investigações

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que a instituição não leva em conta a “estatura política de quem quer que seja” em suas investigações. A declaração foi dada nesta segunda-feira (15) durante um café da manhã com jornalistas na sede da PF em Brasília.

O tema central foi a Operação Transparência, deflagrada na última sexta (12) para apurar desvios no antigo “orçamento secreto”. Rodrigues garantiu que a PF vai apurar “todos os elos” do esquema, investigando com “serenidade, seriedade e responsabilidade”.

Foco na Operação Transparência e no “orçamento secreto”

A operação tem como alvo principal a servidora do Legislativo Mariângela Fialek, conhecida como “Tuca”. Ela atuou como assessora próxima do deputado Arthur Lira (PP-AL) durante sua presidência da Câmara, período marcado pelo aumento expressivo no uso de emendas de relator (RP9) e de comissão.

Segundo o ministro do STF Flávio Dino, que autorizou as buscas, as investigações apontam que a servidora exercia uma “atuação contínua, sistemática e estruturada” na organização e liberação desses recursos. O diretor da PF reforçou o escopo da apuração. “Estamos investigando todas as etapas, se houve comprometimento na ponta, se houve intermediário, se houve parlamentar ou não”, disse Rodrigues.

Crítica à “fulanização” e defesa da independência da PF

Andrei Rodrigues utilizou o encontro para criticar a “fulanização” das investigações, quando o foco recai apenas sobre indivíduos específicos, e para reafirmar a autonomia da corporação. “A PF segue inabalável a pressões políticas de quem quer que seja”, declarou.

Ele também fez uma crítica direta a parlamentares. “Não adianta ser duro no crime organizado, acabar com saidinha, e ao mesmo tempo não aprovar projetos importantes que tramitam no Congresso Nacional. Precisamos que o enfrentamento seja responsabilidade de todos”, afirmou o diretor-geral.

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Investigado “todos os elos”, sem “caça às bruxas”

Questionado sobre o risco de criminalização da atividade política, Rodrigues foi enfático em negar que haja uma “caça às bruxas”. Ele afirmou que a PF se preocupa em “não criminalizar a emenda em si nem a atividade política”, reconhecendo que “a emenda [parlamentar] é um instrumento legítimo, legal e que precisa ser utilizado com adequação às normas”.

O diretor evitou revelar quantas apurações sobre desvios em emendas parlamentares estão em andamento na PF. Atualmente, diversas investigações sigilosas sobre o tema tramitam em gabinetes de ministros do Supremo Tribunal Federal. A Operação Transparência é apenas a mais recente a vir à tona.

O posicionamento de Rodrigues deixa claro que a PF pretende seguir com as investigações de forma técnica, independente do perfil ou do cargo ocupado pelos possíveis envolvidos. O caso deve continuar gerando reverberações no Congresso Nacional nas próximas semanas.

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