quarta-feira, 20 novembro, 2024

Boletim agropecuário registra queda no preço do trigo em setembro

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Divulgação

Os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo fecharam o mês de setembro com queda de 39% em relação ao mesmo mês de 2022. Essas informações estão no Boletim Agropecuário de outubro, publicação mensal do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) que reúne informações conjunturais sobre alguns dos principais produtos agropecuários de Santa Catarina. O trigo também foi uma das culturas mais afetadas pelas chuvas volumosas de outubro, o que deve comprometer as condições da lavoura.

Os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo fecharam o mês de setembro com queda de 39% em relação ao mesmo mês de 2022 .

Segundo o documento, a grande oferta do cereal no mercado mundial tem pressionado as cotações para baixo. “A Rússia tem disponibilizado trigo no comércio internacional a preços mais baixos, aspecto que já provoca alterações  no  cenário  da  América  do  Sul”,  revela o Boletim Agropecuário.

Em todo o Estado, até a última semana de setembro, aproximadamente 53,5%da área destinada ao plantio de trigo nesta safra encontrava-se em fase de florescimento; 39%, já havia alcançado a fase de maturação; aproximadamente 15% da área já havia sido colhida e apenas 7,5% se encontrava ainda em desenvolvimento vegetativo.

Arroz

Em setembro, os preços ao produtor de arroz continuam com a tendência de aumento iniciada em julho. O comportamento observado dos preços segue o esperado e outros fatores tendem a manter o mercado aquecido, como as exportações e a relação estoque consumo baixa (em razão da quebra da safra gaúcha e, consequentemente, a menor produção brasileira).

A safra de 2023/24 teve início e aponta expectativa de área estável e redução na quantidade produzida. O excesso de chuvas ocorrido no Estado afetou áreas produtoras de arroz, especialmente no Alto Vale do Itajaí, no entanto, a estimativa de perda ainda está ocorrendo e algumas áreas deverão ser replantadas, aproveitando a janela de plantio. Nas demais regiões, o excesso de chuva prejudicou a condução dos tratos culturais, especialmente a aplicação de herbicidas, o que poderá acarretar em problemas com plantas daninhas no decorrer da safra.

Feijão

No mês de setembro, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca fechou em R$151,40/sc de 60kg, redução de 2,19% em relação ao do mês anterior. Já para o feijão-preto, o preço médio permaneceu estável, fechando a média mensal em R$214,74/sc de 60kg.  Na comparação com agosto do ano passado, para o feijão-preto, registrou-se um incremento de 18,71% na variação anual.  Até o momento, para a 1ª safra de feijão, espera-se um plantio de 32,5 mil hectares, crescimento de 6% em comparação com o da safra passada. A produtividade média esperada é praticamente a mesma da alcançada anteriormente. Com isso, espera-se um crescimento de 5,8% na produção, no entanto, as chuvas intensas na primeira quinzena de outubro devem impactar no rendimento da cultura em algumas regiões.

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Milho

Os primeiros números mostram uma redução de área de 4,1% do milho em Santa Catarina. Os preços ao produtor se mantêm estabilizados nos últimos três meses em um patamar baixo, no entanto alguns fatores entram no cenário que podem levar a recuperação dos preços até final do ano. Os impactos das chuvas já mostram a redução do rendimento, mas os levantamentos ainda estão sendo feitos.

Soja

A estimativa inicial para a safra 2023/24 mostra novamente um crescimento, agora de 1,7% na área a ser plantada referente à safra anterior. A produção total prevista é de 2,9 milhões de toneladas na primeira safra.  As incertezas sobre a produção dos Estados Unidos, a valorização do dólar frente ao real e ausência de parte dos agricultores do mercado nacional, além das exportações recordes no ano e a demanda por parte das indústrias de biodiesel em julho a  setembro, impulsionam os preços no mercado interno.

As exportações do complexo soja de Santa Catarina tiveram o maior desempenho no acumulado até setembro em relação aos últimos três anos. Até o período foram exportadas 1,24 milhões de toneladas, 23,5% superior ao mesmo período do ano anterior. A maior consequência do excesso de chuvas em outubro está sendo no atraso da semeadura em algumas regiões.

Cebola

A produção esperada para a safra 2023/24 deverá ser alterada em função das fortes chuvas ocorridas no estado nas últimas semanas. As perdas estão sendo levantadas pela Epagri. A safra de 2023/24 se encontra em desenvolvimento vegetativo e alguns materiais precoces estão no início da maturação e podem ser os mais afetados pelas condições climáticas.

As importações de janeiro a setembro deste ano foram de 110.902 toneladas, volume 15,2% menor que no mesmo período do ano passado.

Alho

A safra catarinense de alho se encontra em desenvolvimento vegetativo. A condição das lavouras, considerada boa até o início das fortes chuvas, deve ser afetada em termos da fitossanidade. Em setembro, a quantidade importada foi de 3,78 mil toneladas, com desembolso de US$4,90 milhões, com preço médio (FOB) de US$1,30/kg, aumento de 11,11% em relação ao do mês de agosto.

Banana

Entre agosto e setembro de 2023, as cotações da banana-caturra apresentaram desvalorização devido à diminuição da demanda. Para a banana-prata, nesse período houve desvalorização nos preços devido à redução na demanda por problemas na qualidade com a presença de chilling nas frutas. A expectativa é de recuperação nas cotações com aumento na demanda e melhor qualidade para banana-caturra nos próximos meses e de leve redução nas cotações para aumentar a procura da banana-prata.

No Litoral Norte Catarinense houve pouca chuva em setembro a oferta aumentou em relação ao mês anterior. No início de outubro, as chuvas persistentes com grande volume de precipitação acumulado provocaram alagamento, inundação e estragos nas estradas, dificultando a distribuição das frutas para outras regiões do país.

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Já no Litoral Sul Catarinense, o início de outubro apresentou aumento na precipitação acumulada, prejudicando os tratamentos fitossanitários e atividades relacionadas à colheita e distribuição. No mercado atacadista estadual, entre agosto e setembro de 2023 houve valorização nas cotações da banana-caturra e desvalorização nas da banana-prata, revertendo o comportamento dos meses anteriores.

No comparativo com o mês de setembro do ano anterior, os preços se mantiveram valorizados para banana-caturra e banana-prata em relação a 2022. Entre janeiro e setembro de 2023, a banana de origem catarinense comercializada nas centrais de abastecimento do país representou 9,3% do volume e gerando um valor negociado de 7,7% do valor total nacional no período.

Bovinos

Nas primeiras semanas de outubro, os preços do boi gordo em Santa Catarina apresentaram queda de 2,6% em relação à média do mês anterior, tendência contrária à observada nos principais estados produtores. Na comparação com o valor de outubro de 2022, observou-se queda de 23,8% no preço médio catarinense.

Os preços de atacado da carne bovina, por sua vez, apresentaram alta de 0,8% na comparação entre a média da primeira quinzena de outubro e o valor do mês anterior. No acumulado do ano, contudo, registra-se queda de 15,9%.

De acordo com os dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, de janeiro a setembro deste ano foram abatidos 444,6 mil bovinos em Santa Catarina – queda de 4,2% em relação à produção do mesmo período de 2022.

Frangos

Santa Catarina exportou 85,9 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em setembro – queda de 12,6% em relação às exportações do mês anterior, mas alta de 6,2% na comparação com as de setembro de 2022. As receitas foram de US$167,7 milhões – queda de 19,1% em relação às do mês anterior e de 4,8% na comparação com as de setembro de 2022.

No acumulado de janeiro a setembro, Santa Catarina exportou 819,1 mil toneladas, com receitas de US$1,75 bilhão – altas de 7,0% em quantidade e de 7,2% em valor, na comparação com as do mesmo período do ano passado. Os resultados do período refletem o crescimento dos embarques para a maioria dos principais destinos, com destaque para a China (alta de 47,6% em quantidade e 40,2% em receitas, na comparação com o mesmo período de 2022) e a Arábia Saudita (23,7% e 19,1%, respectivamente).

O Estado foi responsável por 23,5% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos nove primeiros meses do ano.

De acordo com os dados da Cidasc, sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, em setembro o Estado atingiu a marca de 653,3 milhões de frangos destinados ao abate este ano, alta de 4,2% em relação à produção do mesmo período de 2022. Os resultados do 3º trimestre deste ano são 6,8% superiores aos do mesmo período do ano passado, demonstrando o forte ritmo de crescimento.

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Suínos

Santa Catarina exportou 55,8 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em setembro – queda de 10,3% em relação às exportações do mês anterior, mas alta de 4,1% na comparação com as de setembro de 2022. As receitas foram de US$127,4 milhões, queda de 13,2% em relação às do mês anterior e recuo de 3,2% em relação às de setembro de 2022.

No acumulado de janeiro a setembro, o estado exportou 491,7 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,20 bilhão – altas de 10,2% e 15,2%, respectivamente, em relação às do mesmo período de 2022. Santa Catarina respondeu por 56,2% das receitas e por 54,7% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano.

De acordo com dados da Cidasc, sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, de janeiro a setembro deste ano foram produzidos em Santa Catarina e destinados ao abate 13,5 milhões de suínos – alta de 2,6% em relação ao mesmo período de 2022. Os resultados do 3º trimestre deste ano, por sua vez, são 2,7% inferiores aos do mesmo período do ano passado, o que demonstra uma desaceleração no ritmo de abates.

Leite

Em setembro as importações brasileiras de lácteos alcançaram 19,6 milhões de quilos, quantidade muito inferior às importadas no período de maio a agosto, cujo menor patamar foi a quantidade importada em julho, de 23,4 milhões de quilos. Setembro foi o único mês de 2023 com importação menor do que a do mesmo mês do ano passado. Houve queda de 24%, em relação à quantidade importada em setembro/22.

No acumulado de janeiro a setembro, a quantidade de lácteos importada alcançou 205,6 milhões de quilos. Isto convertido em litros de leite equivalente, significa uma oferta de 1,577 bilhão de litros de leite, o que representa um crescimento de 89,8% sobre os 831 milhões de litros de leite equivalente importados no mesmo período de 2022. No acumulado de janeiro a setembro, calcula-se que esse 1,577 bilhão de litros tenha representado 8,1% da oferta total de leite inspecionado no Brasil.

Em setembro, os preços dos lácteos voltaram a decrescer no mercado atacadista. Isto se refletiu novamente nos preços recebidos pelos produtores. O preço médio recebido em outubro (R$2,02/l) é sensivelmente menor do que o preço médio de setembro (R$2,18/l. Com isso, o preço médio de janeiro a outubro (R$2,48/l) ficou menor do que o do mesmo período de 2022 (R$2,51/l).

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