No Brasil, mais de 70 mil pessoas aguardam por um transplante. Cada órgão representa uma nova chance de vida, e o diálogo com a família é o primeiro passo para tornar esse gesto possível. O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado neste sábado, dia 27, reforça a importância da conscientização. Somente em 2023, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizados mais de 30 mil transplantes, número 18% maior em comparação com 2022.
Chapecó e o primeiro transplante renal
Em Chapecó, o primeiro transplante renal ocorreu em outubro de 2000, realizado pelo cirurgião Dr. João Baroncello, que atua há mais de 20 anos na região. Para ele, a data é um marco de sensibilização. “Já são 25 anos do primeiro transplante. Muitas pessoas conquistaram uma nova vida a partir de um ato de amor ao próximo. Essa data reforça a necessidade de orientação para que mais pessoas possam ser doadoras”, destaca o médico.
Os estados de Santa Catarina e Paraná estão entre os líderes nacionais, com índices de até 30 doações por milhão de habitantes, o dobro da média do país.
Mudança de vida
A transformação trazida pela doação pode ser vista na história do farmacêutico Samuel Marmentini. Em agosto de 2011, ele recebeu um rim de sua mãe, Dona Lúcia. “É uma vida nova. Você sai da dependência da hemodiálise, que era três vezes por semana, quatro horas por dia. Hoje sigo uma rotina com medicamentos, mas tenho uma nova chance de viver”, relata.
Atualmente, Samuel é presidente da Associação dos Pacientes Renais de Chapecó (Aparc). Segundo a entidade, cerca de 200 pessoas da região aguardam por um transplante, sendo 80 aptas para receber o órgão a qualquer momento. Para marcar a data, a Aparc promove neste sábado, às 10h30, uma caminhada pela conscientização no Centro de Chapecó.
A importância da conversa em família
A legislação brasileira exige autorização da família para que a doação de órgãos aconteça. Por isso, manifestar em vida o desejo de ser doador é fundamental. “Apesar dos avanços, os índices de recusa ainda são altos, seja por medo, desconhecimento ou pela dificuldade em aceitar o diagnóstico de morte encefálica, condição necessária para a doação”, explica o Dr. João.
Um único doador pode salvar até oito vidas. “Doar é um ato de amor, por isso, conversar com sua família é essencial para que esse gesto se concretize”, reforça o médico.