sábado, 23 novembro, 2024

Comissão do Vaticano pede regras claras para indenização de vítimas de abuso

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A Igreja Católica precisa unificar as políticas de indenização às vítimas de abuso sexual por parte do clero, disse a Comissão de Proteção à Criança do Vaticano em seu primeiro relatório anual divulgado nesta terça-feira (29).

Durante décadas, a Igreja tem sido abalada por escândalos em todo o mundo envolvendo padres pedófilos e o encobrimento de seus crimes, prejudicando sua credibilidade e custando centenas de milhões de dólares em acordos.

A comissão enfatizou “a importância da indenização para as vítimas/sobreviventes, como um compromisso concreto com sua jornada de cura”, e se comprometeu a trabalhar “para que procedimentos padronizados e conhecidos sejam desenvolvidos de forma mais abrangente”.

O órgão disse que a indenização não é apenas financeira, “mas abrange um espectro muito mais amplo de ações, como o reconhecimento de erros, desculpas públicas e outras formas de verdadeira proximidade fraterna com as vítimas/sobreviventes e suas comunidades”.

Acrescentou que aprofundaria a questão das reparações em seu relatório no próximo ano.

O papa Francisco enfrentou algumas das críticas mais fortes já feitas contra ele em relação ao abuso do clero durante visita à Bélgica em setembro, quando o rei e o primeiro-ministro do país pediram ações mais concretas para as vítimas.

Este mês, uma cúpula do Vaticano de bispos do mundo todo terminou no sábado (26) com um texto final pedindo desculpas várias vezes pela dor “incalculável e contínua” sofrida pelos católicos que foram abusados pelo clero.

O relatório de terça-feira também pediu mais transparência, com maior acesso das vítimas aos documentos que lhes dizem respeito, uma divisão mais clara das funções entre os departamentos do Vaticano que lidam com abusos e uma punição mais eficaz dos infratores.

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O relatório observou que as “ações e/ou omissões” passadas dos líderes da Igreja “foram fonte de danos adicionais às vítimas/sobreviventes de abuso sexual”, revelando a necessidade de “um processo disciplinar ou administrativo que forneça um caminho eficiente para a renúncia ou remoção do cargo”.

A comissão antiabuso do Vaticano foi criada por Francisco em 2013, sendo a primeira do gênero. Ela enfrentou duras críticas de sobreviventes de abusos, que dizem que ela não implementou reformas eficazes para proteger as crianças.

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