domingo, 28 setembro, 2025

Brasil tem 4,2 milhões de estudantes com atraso escolar, aponta Unicef

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O Brasil ainda enfrenta grandes desafios no combate ao atraso escolar. Segundo análise do Censo Escolar 2024 feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 4,2 milhões de estudantes estão dois anos ou mais atrasados na escola. Eles representam 12,5% de todas as matrículas no país.

Apesar dos números expressivos, os dados mostram melhora em relação a 2023, quando 13,4% dos alunos estavam em situação de atraso.

Desigualdades persistem

O levantamento evidencia desigualdades relacionadas à raça/cor e ao gênero. A distorção idade-série entre estudantes negros chega a 15,2%, quase o dobro do índice registrado entre brancos (8,1%). Entre os meninos, o atraso atinge 14,6%, enquanto entre as meninas o índice é de 10,3%.

Para Julia Ribeiro, especialista em educação do Unicef no Brasil, o atraso escolar não deve ser visto como responsabilidade exclusiva do estudante:

“A gente precisa entender isso como um conjunto de fatores. Quando os alunos entram em atraso, passam a se sentir não pertencentes à escola, o que aumenta o risco de abandono. É fundamental ouvir os estudantes e compreender os motivos que estão por trás dessa situação.”

Sentimento de não pertencimento

Uma pesquisa do Unicef e Ipec (2022) mostrou que 33% dos adolescentes acreditam que a escola não conhece nada sobre sua vida e a de sua família. Para Ribeiro, esse distanciamento reforça a sensação de exclusão e dificulta a permanência dos jovens nos estudos.

Risco de abandono

Um dos efeitos mais preocupantes do atraso é o abandono escolar. Dados do IBGE mostram que, embora tenha havido avanços, ainda há grande número de adultos sem ensino médio completo. Em 2024, o Brasil alcançou 56% da população com ensino médio concluído, o maior percentual da série histórica iniciada em 2016, quando o índice era de 46,2%.

Estudos da OCDE apontam que concluir o ensino superior no Brasil pode mais que dobrar o salário médio de um trabalhador, além de ampliar a participação cidadã e as condições socioeconômicas.

Estratégias de enfrentamento

Para apoiar governos e redes de ensino, o Unicef desenvolve a iniciativa Trajetórias de Sucesso Escolar, em parceria com o Instituto Claro e apoio da Fundação Itaú. O projeto busca criar e monitorar políticas que combatam a cultura do fracasso escolar.

“Acreditamos na transformação social por meio da educação. Conhecer os desafios é essencial para construir soluções. O Trajetórias de Sucesso Escolar oferece uma visão ampla do cenário atual e novas perspectivas para milhões de estudantes”, afirma Daniely Gomiero, diretora do Instituto Claro.

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