Por: Mayara Leite – Redatora Seo On
Economia – O Banco Central deve oficializar até o fim de setembro a chegada do Pix Parcelado, funcionalidade que já vinha sendo testada por bancos e fintechs, mas de forma independente e sem padronização. A medida promete maior transparência, padronização de regras e mais opções para consumidores e lojistas em todo o país.
O que muda com a regulamentação
Atualmente, cada instituição que oferece o Pix parcelado define suas próprias condições, como número de parcelas, taxas e análise de crédito. Com a regulamentação, o Banco Central vai estabelecer diretrizes nacionais que deverão ser seguidas, permitindo mais clareza e segurança para quem optar pela modalidade.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), os consumidores terão acesso, no momento da transação, a informações detalhadas como taxa de juros, custo efetivo total e valor final a ser pago, evitando surpresas e aumentando a confiança no processo.
Como funciona o Pix parcelado
Na prática, o consumidor poderá parcelar o pagamento via Pix no momento da compra, sem depender do lojista. O estabelecimento receberá o valor integral à vista, enquanto o cliente assumirá uma operação de crédito junto ao banco ou fintech.
Para utilizar, será necessário ter uma linha de crédito pré-aprovada pela instituição financeira, mas não é preciso possuir cartão de crédito. Essa modalidade pode ser usada em compras, transferências e até no pagamento de serviços, funcionando como uma alternativa ao cartão tradicional.
Vantagens e preocupações
Entre as vantagens destacadas pelo setor financeiro estão o acesso facilitado a compras de maior valor, mais opções de pagamento e maior competitividade no mercado de crédito. Gilmar Hansen, vice-presidente sênior do RecargaPay, destacou que a medida deve “beneficiar consumidores, lojistas e instituições, aumentando o uso do Pix no dia a dia”.
No entanto, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) manifestou preocupação. A entidade alerta que associar o Pix, criado com base na instantaneidade, simplicidade e gratuidade, a uma operação de crédito pode gerar confusão e comprometer a confiança do usuário. Para o Idec, muitos podem acreditar estar fazendo apenas uma transferência parcelada, sem compreender que estão assumindo uma dívida.
Cuidados ao utilizar o Pix parcelado
Assim como qualquer linha de crédito, o Pix parcelado exige planejamento. Especialistas da Serasa recomendam cautela:
- Atenção aos juros, que podem variar entre instituições.
- Evitar parcelar gastos por impulso ou compras supérfluas.
- Planejar parcelas que caibam no orçamento mensal.
- Simular antes de confirmar a transação, avaliando juros e custo final.
O futuro do Pix
Desde sua criação em 2020, o Pix já movimentou mais de R$ 76 trilhões e transformou a forma de pagamento no Brasil. Agora, com a chegada do parcelamento, o sistema se fortalece como concorrente direto do cartão de crédito, ampliando ainda mais sua relevância no mercado financeiro nacional.
Fonte: Portal CNN