O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,2% no terceiro trimestre de 2025, segundo estimativa do Monitor do PIB da FGV divulgada nesta terça-feira (18). Em valores monetários, a economia brasileira alcançou R$ 9,370 trilhões no acumulado até setembro, mas mostra sinais de desaceleração no consumo familiar e investimentos.
Consumo das famílias desacelera significativamente
O consumo das famílias registrou expansão de apenas 0,2% no terceiro trimestre, comparado ao mesmo período de 2024. Este número representa uma forte desaceleração, já que o indicador vinha crescendo acima de 3% anualmente desde 2021.
Segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, “o consumo de bens apresentou desempenho negativo, tanto em duráveis como em não duráveis”. O consumo de serviços, embora positivo, também desacelerou significativamente no período.
Investimentos recuam pela primeira vez desde 2023
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou 0,4% na comparação entre os terceiros trimestres de 2024 e 2025. Esta é a primeira queda desde janeiro de 2023, indicando redução nos investimentos em capacidade produtiva da economia.
O fraco desempenho do setor de máquinas e equipamentos foi o principal responsável pelo resultado negativo dos investimentos, refletindo cautela do setor produtivo.
Exportações crescem 7% e são o destaque positivo
As exportações brasileiras cresceram 7% na comparação interanual, registrando a maior alta desde maio de 2024. Todos os grupos de produtos exportados tiveram crescimento, com destaque para a indústria extrativa, que contribuiu com 44% do crescimento total.
Este desempenho positivo do setor externo ajudou a compensar parcialmente a fraqueza do consumo interno e dos investimentos no terceiro trimestre.
Setor de serviços e consumo estagnados
De acordo com a economista Juliana Trece, os dois maiores componentes do PIB ficaram estagnados: o setor de serviços e o consumo das famílias. “Os outros componentes pouco contribuíram para um desempenho mais forte da economia”, completou.
Os dados da FGV utilizam metodologia dessazonalizada, que exclui variações sazonais para permitir comparação entre períodos diferentes.
Próximo resultado oficial sai em dezembro
O IBGE divulgará o resultado oficial do PIB do terceiro trimestre em 4 de dezembro. Enquanto isso, o Monitor do PIB da FGV serve como importante termômetro da atividade econômica.
Outro indicador, o IBC-BR do Banco Central, já havia sinalizado recuo de 0,9% no terceiro trimestre em comparação com o anterior, embora mostre expansão de 3% no acumulado de 12 meses.
Os dados reforçam o cenário de desaceleração econômica no segundo semestre de 2025, com destaque para o fraco desempenho do consumo interno e dos investimentos.







