A divergência de opinião rendeu cenas lamentáveis na Câmara de Vereadores na tarde desta quinta-feira. Os protagonistas foram Paulinho da Silva (PCdoB) e Neuri Mantelli (PSD).
As imagens extraídas do vídeo da sessão transmitida ao vivo pela Câmara, mostram o momento em que a discussão ficou mais quente.
Alguns vereadores trataram de controlar os ânimos e a situação foi contornada com o pedido de ordem do presidente da casa.
A nossa reportagem fez contato com os dois vereadores envolvidos para explicações que contextualizem a cena. Também foi feito contato com o presidente da Câmara, Claimar de Conto (PP) para saber se poderá haver alguma punição aos dois envolvidos.
Veja a íntegra das versões de cada vereador e da Presidência da Câmara.
O diz o vereador Neuri Mantelli:
Eu fui fazer a defesa de uma suposta mentira que ele colocou no requerimento que foi rejeitado vim atrás das informações era tudo tudo que ele colocou é politicagem e eu fui fazer defesa e ele quando terminou a minha meu pronunciamento na na tribuna ele fora dos microfones falou que ele não era igual eu que ele nunca colocou revólver na cabeça da esposa dele que nem eu e batia nela. Ainda bem que os microfones pegaram então está tudo gravado. Foi por isso que eu que eu fui pra cima dele porque enquanto é no debate pessoal eu e ele político é uma coisa. Quando mexe com a família aí é outra coisa e isso é coisa da esquerda mesmo. Eles tiram o cara do sério mexendo na parte que nós da direita defendemos que família eles não defendem família mexeu com a minha família eu saí da minha da minha linha.
O que diz o vereador Paulinho da Silva
Apresentei um requerimento na sessão de quarta-feira solicitando informações sobre a rescisão dos cargos comissionados na prefeitura no final de dezembro de 2024, o que resultou num desembolso de grandes cifras de verbas públicas. Questionei o fato de alguns comissionados terem recebido verbas milionárias em dezembro e logo no início do ano de 2025, no mês de janeiro e fevereiro, terem saído viajar, inclusive para o exterior, recebendo salários sem qualquer desconto. O requerimento foi rejeitado pela base de governo. O vereador Neuri Mantelli, na sessão de quinta-feira, após reunião na prefeitura, utilizou a tribuna da Câmara de Vereadores para debater o assunto e acusar o vereador Paulinho da Silva de estar mal informado, utilizando Vocabulário chulo e agressivo e com muitos ataques de cunho pessoal. No momento das discussões, após eu ter dito que o vereador Mantelli é “vereador de recados do Executivo” e que “costuma brigar até com a sombra”, sentiu-se ofendido e partiu para a tentativa de agressão física, além de prometer me “pegar lá fora”. É de conhecimento notório que esse vereador tem porte de arma, ao tempo que demonstra comportamento totalmente descontrolado. Diante dessa situação, para preservar minha integridade física, solicitei a presença da guarda Municipal, o que foi atendido. Como visto, o descontrole do vereador decorre do debate político sobre os cargos comissionados na administração municipal e as cifras milionárias despendidas, o que deixou a base do governo constrangida. Ao que tudo indica o Executivo municipal escalou o vereador Mantelli para fazer a defesa, o que o fez de forma rasteira. Por fim, afirmo que não vou me silenciar diante dessas agressões e intimidações e continuarei defendendo a transparência e o bom uso do dinheiro público.
O que diz o presidente Claimar de Conto
O Poder Legislativo de Chapecó informa que o desentendimento entre os dois vereadores citados ocorreu ao final da sessão desta quinta-feira (13), na ocasião da Palavra Livre. Para assegurar a ordem e o regular andamento dos trabalhos, o presidente da Câmara, vereador Claimar de Conto (PP) interveio, retomando a sessão e acionando a Guarda Municipal. O Legislativo reitera seu compromisso com o respeito mútuo e a manutenção do decoro no ambiente parlamentar, e reforça que todas as sessões são transmitidas ao vivo e na íntegra, garantindo a transparência das ações.
Não há de se falar em punições sem que haja um processo interno de apuração dos fatos. Temos a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que se ambos dos vereadores entenderem que foram ofendidos, eles têm como recorrer e pedir que esta Comissão faça análise dos fatos. Isso acontece através de pedido oficial, oficializado por parte de ambos. Vamos aguardar essa movimentação e isso depende daí deferimento. A princípio não tem como afirmar se vai ou não ver punições. Até porque o debate acalorado nas sessões faz parte do Parlamento. Este não é o primeiro e não é o último debate mais intenso que ocorre na Câmara de Vereadores. Essa intensidade acontece não com muita frequência, mas nas diferenças de opiniões acaba tendo um embate mais acalorado. Lógico, a ofensa pessoalizada para ambas as pessoas ali ou entre os vereadores não é permitida, não é saudável e a gente não consensua com isso. Mas a partir de tudo que aconteceu tem que se fazer um estudo agora, análise de cada manifestação, de cada palavra e a partir disso a Comissão de Ética tem essa incumbência de avaliar e dar os pareceres.