domingo, 8 dezembro, 2024

Por produtividade, indústria precisa investir R$ 456 bilhões por ano

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Divulgação

O ambiente econômico brasileiro tem impactado negativamente os investimentos na indústria de transformação. A parcela do PIB do setor destinada ao aumento da capacidade produtiva vem sendo reduzida ao longo dos anos e, agora, sequer cobre a depreciação dos ativos. Estudo da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) mostra que os investimentos atuais estão em cerca de 2,6% do PIB ao ano quando seria necessário, pelo menos, um nível de 2,7% ao ano apenas para cobrir os gastos com depreciação.

O estudo estimou também a necessidade de investimentos da indústria de transformação – é a primeira vez que este dado é calculado. Para retomar o patamar dos anos 1970, quando a produtividade nacional era equivalente a 55% da americana (valor de referência para a economia brasileira), o país precisaria investir no setor em torno de 4,6% do PIB anualmente, por um período entre sete e dez anos. Ou seja, R$ 456 bilhões por ano para suprir os gargalos do complexo industrial e retomar a produtividade perdida, que hoje é de cerca de 20% da americana.

O estudo foi feito com base em informações da Pesquisa Industrial Anual (PIA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram que os investimentos, isto é, a compra de máquinas, equipamentos, terrenos e edificações atingiu o menor valor dos últimos 20 anos em 2021, último ano disponível.

Além disso, os investimentos da indústria de transformação estão encolhendo em relação ao total investido na economia brasileira. Ao longo da primeira década dos anos 2000, representavam 20,9% do total dos investimentos do país e, em 2021, essa participação caiu para 12,9%. Esse desempenho negativo significa perda de oportunidades para expansão do parque industrial.

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A indústria de transformação é estratégica porque é o setor que mais investe em pesquisa, é o mais inovador e tem o maior multiplicador econômico. Ou seja, quando ela cresce, alavanca todo o PIB e irradia crescimento para outros segmentos. Desta forma, o baixo investimento no setor gera atraso tecnológico, perda de produtividade e de competitividade.

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