quarta-feira, 19 novembro, 2025

IA combina imagem e dados clínicos e alcança 94,5% de precisão ao detectar câncer

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Um novo sistema de IA que identifica câncer desenvolveu uma forma inovadora de detectar melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele. Ao combinar a análise da imagem da lesão com informações do paciente — como idade, sexo e localização da pinta no corpo — o modelo atingiu 94,5% de precisão.

A tecnologia, criada por pesquisadores da Coreia do Sul, Reino Unido e Canadá, promete facilitar o diagnóstico precoce e ampliar o acesso em regiões com poucos especialistas.

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Por que o melanoma exige atenção redobrada?

O melanoma é um dos tumores de pele mais difíceis de reconhecer no início. Muitas lesões parecem benignas e confundem até especialistas experientes. Quando o diagnóstico atrasa, a doença avança rapidamente para camadas mais profundas da pele, alcança vasos sanguíneos e pode se espalhar para órgãos como pulmões e fígado.

Quando identificado cedo, o tratamento costuma envolver apenas cirurgia, com taxas de sobrevivência acima de 95%.
Mas quando o diagnóstico ocorre tardiamente, os riscos aumentam e as chances de cura caem de forma significativa.

Como funciona a IA que identifica câncer

Diferentemente das ferramentas tradicionais, que analisam apenas a imagem, o novo modelo integra elementos visuais e dados clínicos. A equipe liderada pelo professor Gwangill Jeon, da Universidade Nacional de Incheon, utilizou mais de 33 mil imagens dermatoscópicas do banco SIIM-ISIC, acompanhadas das informações clínicas dos pacientes.

O modelo cruza:

  • aparência da lesão (cor, borda, textura, assimetria),
  • idade,
  • sexo,
  • localização do corpo onde a pinta surgiu.

Essa integração fez com que a IA superasse sistemas amplamente usados, como ResNet-50 e EfficientNet.

Variáveis que mais influenciam o diagnóstico

Os pesquisadores também analisaram quais aspectos contribuem mais para o acerto do modelo. Com destaque para:

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  • tamanho da lesão,
  • idade do paciente,
  • região do corpo onde a pinta está localizada.

Essa transparência ajuda médicos a entenderem como a IA chega ao resultado, aumentando a confiança no uso da ferramenta como apoio à avaliação clínica.

IA que identifica câncer deve chegar a smartphones e à telemedicina

O objetivo da equipe é levar a tecnologia para a prática médica, permitindo que a análise inicial seja feita até mesmo pelo celular. Entre as possíveis aplicações estão:

  • aplicativos de triagem dermatológica,
  • plataformas de telemedicina,
  • ferramentas que auxiliam o médico no consultório.

Essa evolução pode agilizar diagnósticos, especialmente em regiões distantes, reduzindo erros e acelerando encaminhamentos para especialistas.

Segundo Jeon, a pesquisa representa “um passo importante para o diagnóstico personalizado e para a medicina preventiva”.

Próximos passos

Publicado na revista Information Fusion, o estudo reforça a tendência das IAs multimodais — sistemas capazes de integrar imagem, texto e sinais clínicos para decisões mais precisas. A próxima fase inclui testes clínicos ampliados e adaptação a diferentes perfis populacionais antes da integração em sistemas de saúde.

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