O dólar completou nesta sexta-feira (12) a terceira sessão consecutiva de queda e encerrou no menor patamar em 15 meses, apesar da valorização da moeda norte-americana frente a outras divisas no exterior.
Queda da moeda
O dólar à vista recuou 0,69%, cotado a R$ 5,3537 — menor valor desde 7 de junho de 2024, quando fechou a R$ 5,3247. Na semana, acumulou queda de 1,11% e, no ano, recuo de 13,36%. Já o contrato futuro para outubro, o mais líquido na B3, caiu 0,72%, a R$ 5,3760.
No início da sessão, a moeda chegou a oscilar em alta, acompanhando o movimento externo, mas migrou rapidamente para o campo negativo e atingiu a mínima intradia de R$ 5,3445 às 14h49.
Cenário econômico
A expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve, nos próximos meses, aliada à manutenção da Selic em 15% no Brasil, tem reforçado a tendência de queda da moeda no curto prazo, em direção a R$ 5,30.
Para o consultor José Faria Júnior, da Wagner Investimentos, a região de R$ 5,40 mostra resistência, mas os modelos apontam chance de queda até R$ 5,30. Ele destacou que, para os exportadores, há um risco crescente de continuidade da desvalorização.
Impacto político
O mercado também acompanhava os desdobramentos da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF a 27 anos e 3 meses de prisão. Em julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifa de 50% a produtos brasileiros, citando o processo contra Bolsonaro. Após a decisão desta semana, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que Washington “responderá adequadamente”.
Segundo Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, a tendência natural é de queda do dólar, mas o receio de novas medidas de retaliação dos EUA mantém a moeda próxima de R$ 5,40.
Atuação do Banco Central
O Banco Central realizou nesta sexta-feira a venda de US$ 1 bilhão em leilão de linha para rolagem de vencimentos de outubro, além de ofertar 40 mil contratos de swap cambial pelo mesmo motivo.
Dólar no exterior
No mercado internacional, o dólar avançava em meio a ajustes técnicos. Às 17h13, o índice DXY, que mede a moeda frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,09%, a 97,642.