O papa Leão XIV reafirmou nesta segunda-feira (1º) o compromisso de ampliar a inclusão de pessoas LGBTQI+ na Igreja Católica. A posição foi destacada após audiência com o jesuíta James Martin, no Vaticano, dando continuidade à política de acolhimento promovida por seu antecessor, o papa Francisco.
Audiência e sinal público de acolhimento
A reunião, com duração de meia hora, foi oficialmente anunciada pelo Vaticano, em sinal de que Leão XIV desejava tornar pública sua mensagem. O encontro ocorre poucos dias antes de uma peregrinação do Ano Santo ao Vaticano organizada por católicos LGBTQI+.
Segundo Martin, a mensagem recebida foi a mesma já expressa por Francisco: acolher todas as pessoas. O jesuíta descreveu a audiência como “consoladora, encorajadora e até divertida”.
O legado de Francisco
Durante 12 anos de pontificado (2013–2025), o papa Francisco promoveu gestos de aproximação, como a célebre frase “quem sou eu para julgar?” em 2013, e a autorização para que padres pudessem abençoar casais do mesmo sexo. Embora não tenha alterado a doutrina da Igreja sobre os atos homossexuais, reforçou a ideia de uma instituição mais acolhedora e aberta ao diálogo.
Contexto e críticas passadas
A postura de Leão XIV foi questionada logo após sua eleição, em maio, quando vieram à tona declarações de 2012, ainda como padre Robert Prevost, críticas ao “estilo de vida homossexual”. No entanto, em 2023, já como cardeal, reconheceu o apelo de Francisco por uma igreja mais inclusiva. James Martin afirmou não ter dúvidas sobre a abertura do atual papa, a quem considera uma pessoa “acolhedora e inclusiva”.
Paz e unidade como prioridades
Durante a audiência, Leão XIV também destacou seu compromisso em trabalhar pela paz e unidade, citando os conflitos na Ucrânia, na Faixa de Gaza e em Myanmar. Segundo Martin, o pontífice pediu que ele continue seu trabalho em defesa da inclusão, o que considerou “muito encorajador”.
Peregrinação LGBTQI+ no Ano Santo
A Outreach, organização fundada por Martin para promover a aceitação LGBTQI+, participará da peregrinação do Ano Santo, ao lado do grupo italiano Jonathan’s Tent. Embora não seja uma iniciativa oficial do Vaticano, o evento integra o calendário do Ano Santo, em sintonia com a mensagem cristã de que “Jesus estende a mão às pessoas marginalizadas”.
Martin resumiu: “Se as pessoas ficaram felizes com a abordagem do papa Francisco, também ficarão felizes com a de Leão XIV”.