segunda-feira, 8 dezembro, 2025

Entenda por que não se deve beijar um bebê recém-nascido

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Beijar um bebê recém-nascido é um gesto de carinho comum em muitas culturas. Porém, apesar da intenção amorosa, essa demonstração de afeto pode representar riscos significativos para a saúde do pequeno, especialmente nos primeiros meses de vida. Embora o desejo de demonstrar afeto seja natural, é fundamental compreender que o sistema imunológico de um recém-nascido ainda está em desenvolvimento, tornando-o mais vulnerável a doenças e infecções transmitidas por contato direto, como beijos.

Sistema imunológico do recém-nascido

Nos primeiros meses de vida, o sistema imunológico do bebê ainda não está completamente formado. Durante os primeiros quatro meses, a criança não possui uma resposta imunológica eficiente, o que a torna mais suscetível a vírus, bactérias e outros agentes patogênicos. Essa imaturidade do sistema imunológico torna o bebê vulnerável a uma série de infecções comuns em adultos, como doenças respiratórias e infecções virais, que podem ser transmitidas através do contato direto, como beijos no rosto ou nas mãos.

A transmissão de doenças por gotículas

As infecções respiratórias, como a gripe, e os vírus que se espalham por gotículas de saliva são grandes vilões nesse cenário. Quando um adulto beija um bebê, especialmente no rosto, mãos ou pés, há um alto risco de contaminação. Isso acontece porque o bebê, ao levar essas partes do corpo à boca, acaba facilitando a entrada de patógenos em seu organismo. O problema é que muitos vírus podem ser transmitidos antes mesmo de aparecerem os primeiros sintomas.

Um dos vírus que mais preocupa os pediatras é o herpes simples, que pode ser transmitido mesmo sem que o adulto apresente lesões visíveis nos lábios. Quando o vírus entra em contato com um recém-nascido, pode causar herpes ocular, uma infecção que, se não tratada adequadamente, pode levar à perda da visão do bebê.

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As infecções bacterianas e o risco nos primeiros meses de vida

Nos primeiros meses de vida, o recém-nascido também está mais suscetível a infecções bacterianas graves, como as causadas por pneumococos e Haemophilus. Embora as vacinas tenham contribuído para uma significativa redução na incidência e gravidade dessas doenças, ainda existe um risco considerável, especialmente antes de o bebê completar o ciclo de vacinas necessárias, que começa a ser eficaz somente após as primeiras semanas de imunização.

Então, não podemos beijar nenhum bebê?

Embora os riscos existam, isso não significa que os pais e cuidadores não possam demonstrar amor ao bebê. O contato físico é crucial para o desenvolvimento emocional da criança, já que o afeto fortalece o vínculo entre o bebê e seus cuidadores. A sensação de proteção e segurança proporcionada pelos beijos e carinhos ajuda a criança a se sentir amada e protegida, o que é essencial para o seu desenvolvimento saudável.

Contudo, é importante agir com responsabilidade e cautela. Se os pais ou cuidadores estiverem doentes, mesmo com sintomas leves como um resfriado, o ideal é evitar o contato próximo com o bebê, como beijos e abraços. Higiene rigorosa, como lavar as mãos com frequência e o uso de máscara, pode ajudar a minimizar os riscos.

A visitação de amigos e familiares

A visitação de amigos e familiares também requer atenção. Embora os gestos de carinho sejam naturais, é preciso refletir sobre quem realmente se beneficia deles. Beijar, pegar no colo ou abraçar o bebê pode ser um desejo de quem visita, mas, quando não há um benefício claro para o bem-estar da criança, esses gestos devem ser evitados para proteger a saúde do recém-nascido.

Além disso, é importante lembrar que, embora os bebês recebam vacinas desde os primeiros dias de vida, o efeito dessas vacinas só se faz sentir de maneira significativa após algumas semanas. O primeiro ciclo de vacinação, que inclui vacinas contra doenças graves como a hepatite B e a DTP, só começa a oferecer proteção robusta ao bebê por volta do quarto mês de vida, quando o sistema imunológico do pequeno está mais fortalecido.

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Fonte: Einstein Hospital Israelita / Foto: Freepik

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