terça-feira, 19 agosto, 2025

Câmara pauta urgência do “ECA Digital”, projeto que regula redes sociais para proteger crianças e adolescentes

Compartilhe essa notícia:

A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira (20) o pedido de urgência do Projeto de Lei (PL) 2.628/2022, conhecido como ECA Digital, que obriga plataformas digitais a adotar medidas para prevenir riscos a crianças e adolescentes no acesso a conteúdos ilegais ou impróprios.

Se a urgência for aprovada, o texto pode ser votado diretamente no plenário, sem precisar passar pelas comissões. Como já foi analisado pelo Senado, o projeto poderá seguir rapidamente para sanção presidencial.

O que prevê o projeto

O PL, inspirado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), determina que as plataformas criem mecanismos confiáveis de verificação de idade — atualmente feita apenas por autodeclaração — e ampliem recursos para supervisão de pais e responsáveis.

Além disso, prevê a aplicação de multas em caso de descumprimento.

>>>Veja mais notícias de Chapecó<<<

Apoios e críticas

O projeto é defendido por mais de 270 entidades da sociedade civil, incluindo o Instituto Alana, Fundação Abrinq, Fundação Roberto Marinho, Pastorais da Criança e a Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes.

Em carta conjunta, as organizações destacaram que a proteção de crianças e adolescentes é responsabilidade compartilhada entre famílias, Estado e empresas:

“Famílias e Estado necessitam do compromisso inequívoco do setor empresarial com o Estatuto da Criança e do Adolescente”, diz o documento.

Parlamentares da base também se manifestaram favoráveis. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou que se trata de “uma pauta urgente da sociedade brasileira”.

Oposição fala em censura

Por outro lado, a oposição promete obstruir a votação. A líder do PL na Câmara, deputada Caroline de Toni (PL-SC), classificou o texto como uma tentativa de “censura” e disse ter sido procurada por representantes das plataformas digitais.

“As leis já existem para punir. O que a gente precisa é melhorar o ordenamento jurídico e dar segurança jurídica, sem usar isso como pretexto para censurar a liberdade de expressão”, afirmou.

LEIA TAMBÉM  Colisão frontal entre carro e caminhão deixa um morto na SC-480 em Xanxerê

Já a líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), rebateu o argumento:

“Todos os setores no Brasil são regulamentados. Por que as plataformas não vão ser? Essa é uma demanda da sociedade, que hoje vê nossas crianças desprotegidas de forma inadmissível.”

Big techs em alerta

As gigantes de tecnologia ainda resistem às regras. O Conselho Digital, que reúne empresas como Google, Meta, Tiktok e Amazon, já se manifestou contra o projeto, alegando que ele impõe obrigações “excessivamente rigorosas” e pode gerar remoção indiscriminada de conteúdos legítimos.

A Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) não comentou o tema até o fechamento desta reportagem.

Siga-nos no

Google News

Siga nas Redes Sociais

5,000FãsCurtir
11,450SeguidoresSeguir
260SeguidoresSeguir
760InscritosInscrever

Últimas Notícias

Notícias Relacionadas

Capital do Oeste terá semana com sol, calor e tempestades

A semana em Chapecó promete contrastes marcantes no clima, segundo o Instituto Nacional de...

Guarda Municipal de Chapecó recupera veículo furtado após perseguição

Ocorrência Na manhã desta quarta-feira (13), a Guarda Municipal de Chapecó, por meio do Grupamento...

Incêndio em residência mobiliza bombeiros no bairro Efapi, em Chapecó

Na manhã de 15 de agosto de 2025, um incêndio em residência em Chapecó...

Vaccaro Urbanismo e Kimber Empreendimentos anunciam parceria para o Una Places Bioliving em Chapecó

A Vaccaro Urbanismo e a Kimber Empreendimentos anunciaram uma parceria para o desenvolvimento do...