A partir desta sexta-feira (15), o Ministério da Saúde passa a disponibilizar no SUS o teste de biologia molecular DNA-HPV, considerado mais preciso que o papanicolau para o rastreamento do câncer de colo do útero.
O que é o teste DNA-HPV?
O exame detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), identificando a presença do vírus antes do surgimento de lesões ou do câncer, mesmo em mulheres sem sintomas. Segundo o ministério, a tecnologia aumenta a sensibilidade diagnóstica e permite intervalos maiores entre os exames — de até cinco anos quando o resultado é negativo.
Vantagens do novo exame
- Maior precisão na detecção do HPV
- Intervalos de rastreamento ampliados para até 5 anos
- Menor necessidade de exames e intervenções desnecessárias
- Possibilidade de atendimento em regiões remotas
De acordo com a pasta, o método também facilita o rastreamento equitativo, alcançando mulheres que vivem em áreas com baixa oferta de serviços de saúde.
Como é feita a coleta?
A coleta é semelhante à do papanicolau: a secreção do colo do útero é retirada durante exame ginecológico. A diferença é que, em vez de ser colocada em lâmina, a amostra vai para um tubo com líquido conservante, onde será feita a análise molecular do DNA do vírus.
Onde o teste já está disponível?
A tecnologia, desenvolvida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz, será inicialmente ofertada no:
- Rio de Janeiro
- São Paulo
- Minas Gerais
- Ceará
- Bahia
- Pará
- Rondônia
- Goiás
- Rio Grande do Sul
- Paraná
- Pernambuco
- Distrito Federal
Em cada estado, um município piloto dará início à implementação, que será ampliada gradualmente até atingir todo o território nacional.
Meta de cobertura até 2026
O objetivo é que, até dezembro de 2026, o teste esteja disponível na rede pública em todo o Brasil, beneficiando cerca de 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos anualmente.
Por que o HPV preocupa?
O HPV é a principal causa do câncer de colo do útero, o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados 17 mil novos casos por ano, com 20 mortes diárias — número até seis vezes maior que casos de feminicídio em alguns estados.
“Por ser mais eficaz, a nova tecnologia permite ampliar os intervalos de rastreamento, aumentar a eficiência e reduzir custos”, destaca o Ministério da Saúde.
Recomendação da OMS
A Organização Mundial da Saúde considera a testagem de HPV como padrão ouro para prevenção do câncer de colo do útero e recomenda sua implementação como estratégia para eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030.
Leia também: Como prevenir o câncer de colo do útero
Conclusão
A inclusão do teste DNA-HPV no SUS representa um marco para a saúde da mulher no Brasil, com potencial para reduzir significativamente a mortalidade causada pelo câncer de colo do útero. Com tecnologia nacional e cobertura planejada para todo o país, a iniciativa segue padrões internacionais de prevenção.
Fique atenta: Procure sua unidade de saúde e verifique se o teste já está disponível em seu município.