O documentário “Pedra Vermelha”, da Margot Filmes, segue sua trajetória em festivais de cinema ambiental na América Latina. Entre outubro e novembro, às vésperas da COP 30, o longa será exibido em quatro importantes eventos, ampliando o debate sobre a preservação ambiental e a resistência comunitária.
Premiações e exibições anteriores
Após sua estreia nacional no 22º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (CINEMATO) em julho, o filme recebeu Menção Honrosa no VIII Curta Lages – Festival Internacional de Cinema de Lages/SC. Também integrou o 1º Cine Curta POA (RS), o 29º Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM), o 10º Festival Internacional de Cinema Socioambiental Planeta.doc e o 7º FICC Terra, no México.
História e temática central
Desenvolvido a partir do Prêmio Catarinense de Cinema da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), o documentário apresenta a luta de comunidades ribeirinhas contra a construção da Usina Hidrelétrica de Itapiranga, no oeste de Santa Catarina. Com duração de 97 minutos, o filme mostra mais de 40 anos de resistência para preservar o último trecho do Rio Uruguai no Brasil.
O longa destaca múltiplas vozes e memórias coletivas, evidenciando a força dos movimentos sociais e lideranças comunitárias que enfrentam o avanço do empreendimento, ameaçando terras, modos de vida e histórias locais.
Mobilização social e resistência
O projeto de aproveitamento hídrico do Rio Uruguai, previsto nos anos 60 pelo Inventário Hidroenergético da Eletrobrás, afetaria sete cidades de SC e RS. A resistência reuniu comunidades ribeirinhas, municípios vizinhos, sindicatos, igrejas e organizações locais.
Roque Theobald, morador de Linhas Ervas (Mondaí) e integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) desde 1980, lembra: “A barragem significa destruição e não desenvolvimento. Destrói o rio, a natureza, as histórias, a comunidade, a cultura”.
Mulheres da comunidade também protagonizaram a resistência, assumindo liderança e administração das propriedades enquanto seus companheiros organizavam ações coletivas. Adélia Maria Schmitz, integrante do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), reforça a importância da participação feminina na luta pela terra e pelo rio.
Vozes das comunidades
O filme apresenta 37 personagens e amplia a narrativa com arquivos históricos e imagens do Rio Uruguai, mostrando a relação afetiva das comunidades com o território. Vito Sausen, liderança comunitária e militante do MAB, afirma: “Podemos contar essa história para os filhos e netos tudo o que foi feito em defesa da terra e do meio ambiente”.
Os diretores Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt destacam que o longa documenta a luta pela preservação ambiental, pelos modos de vida tradicionais e pela continuidade histórica de toda a região.
Próximas exibições
- 30/10 – FLACA, Florianópolis/SC
- 06 a 09/11 – VR Ambiental, Volta Redonda/RJ
- 12/11 – FICA, Garopaba/SC
- 27/11 – Cineclube do Trabalhador, Chapecó/SC
- 28/11 – Clube Imigrantes, Itapiranga/SC
- 01/12 – UFFS, Chapecó/SC







