“Para muitos adultos autistas, passar anos ou décadas sem um diagnóstico pode significar uma vida de incompreensão, autocrítica e isolamento. O autismo não se limita à infância ou adolescência. Adultos em todo o mundo estão recebendo diagnósticos que iluminam décadas de perguntas sem resposta, oferecendo um novo contexto para suas vivências e desafios”.
Essa é a principal justificativa do Projeto de Lei (PL) 54/2024, em tramitação na Assembleia Legislativa, que inclui na legislação sobre os direitos da pessoa com deficiência, o incentivo ao diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos e idosos.
A proposta, de autoria do deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, nesta terça-feira (14). O projeto acrescenta, dentro das diretrizes da Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, “a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com Transtorno do Espectro Autista, objetivando o diagnóstico precoce, incentivando o diagnóstico tardio em adultos e idosos, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes”.
Diagnóstico correto
O Transtorno do Espectro Autista ganhou visibilidade nos últimos anos, com maior enfoque em crianças. Com esse PL, o autor pretende estimular o diagnóstico também em adultos e idosos. Conforme argumenta na justificativa do projeto, “é crucial realizar o diagnóstico correto, mesmo que tardio, para garantir uma melhor qualidade de vida, a escolha do melhor tratamento, terapia, medicação e técnicas apropriadas.” O texto deverá ainda ser votado nas comissões de Saúde e de Direitos das Pessoas com Deficiência.