Uma das mais idosas, senão a pessoa mais idosa de Chapecó, faleceu neste sábado, 01. Idalina Peluso Paludo tinha 106 anos de idade. Ela enfrentava problemas de saúde relacionados à idade. Ela está sendo velada neste domingo, na Funerária Dal Bosco e será sepultada no Cemitério Municipal de Chapecó, às 15h deste domingo, 02.
Idalina foi entrevistada da Folha Desbravador em 2021, no aniversário de 104 aos. Veja a publicação na íntegra:
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Na semana que Chapecó completou 104 anos a reportagem da Folha Desbravador encontrou uma “raridade”. Uma moradora da cidade que tem 103 anos de idade. Idalina Peluso Paludo guarda uma história como poucos em Chapecó.
Ela chegou ao município em 1942, quando poucas casas compunham o povoado. As poucas casas estavam dispersas e se confundiam com a mata que predominava onde mais tarde viria a ser o centro da cidade. O trabalho braçal praticado principalmente por homens era a principal ocupação dos poucos habitantes.
“Meu marido e depois os filhos trabalharam no comércio de madeira. Eu cuidava da casa”, relembra.
Os momentos de lazer também estão vivos na memória da centenária. Ela detalha as festas e os momentos que as famílias se encontravam para descontrair. Mas capítulos marcantes da história de Chapecó também estão presentes.
“A minha maior lembrança é das danças. Fui escolhida a rainha caipira por três vezes. Não me esqueço disso. Ali, para baixo, tinha um clube que chamávamos de 10 de Ouro. Daí dava muita briga e apelidaram de 10 de Paus. Também me lembro daquela madrugada que queimou a igreja. Acordamos com o barulho dos sinos, olhamos pela janela e vimos o clarão. Foram cenas muito fortes”, narra.
Ao imaginar a Chapecó do amanhã, Idalina só torce pela felicidade de todos. Com a simplicidade que lhe é particular, ela comemora a vitalidade ao junto dos filhos Neiva, Nereu, Nilceu e Nilva, de uma lista de netos, bisnetos e tataranetos.
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“Hoje a cidade está irreconhecível. Eu nem sei mais até onde ela vai. Não imaginava tanto crescimento. Parece mentira que já chegamos a ficar uma semana sem açúcar porque o caminhão atolou ali para baixo num atolador que tinha onde é o centro agora. A sorte é que nós tínhamos mel em casa, daí a gente foi adoçando as coisas com mel. Acredita nisso? Uma cidade ficar sem açúcar?”, descontrai.
Assim, um dia após ou outro, Idalina coleciona lembranças que vão se somando a um legado que ela se orgulha em manter vivo no endereço que a abriga há tantos anos, na Avenida Nereu Ramos, esquina com a Rua Quintino Bocaiúva.