sexta-feira, 5 dezembro, 2025

Mulheres têm mais estudo, mas ganham menos

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O Censo 2022 Mulheres no Mercado de Trabalho revela uma persistente desigualdade no país. Apesar de apresentarem maior nível de instrução, as mulheres continuam sendo minoria na força de trabalho e recebem rendimentos significativamente inferiores aos dos homens. Esta é a principal conclusão do módulo sobre Trabalho e Rendimento do Censo 2022, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (09).

A pesquisa apontou uma clara disparidade na taxa de ocupação. Quando o estudo foi realizado, 62,9% dos homens com mais de 14 anos estavam trabalhando. Contudo, essa proporção caía para apenas 44,9% entre as mulheres. Como resultado, mesmo compondo 52% da população geral, as mulheres representavam somente 43,6% da força de trabalho em 2022.

Ocupação Profissional: Onde Estão as Mulheres?

A presença feminina só se inverteu em três dos dez grandes grupos de ocupação, demonstrando a concentração de trabalho em nichos específicos. As mulheres formavam a maioria nos seguintes grupos:

  • Profissionais das ciências e intelectuais;
  • Trabalhadores de apoio administrativo;
  • Trabalhadores dos serviços, vendedores de comércios e mercados.

Na outra extremidade do espectro, a menor presença de mulheres ocorreu entre os operadores de instalações e máquinas, montadores e membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares. **Além disso**, a análise por atividades mostrou que as mulheres dominam áreas específicas. Elas são maioria absoluta nos serviços domésticos (93,1%) e representam mais de 70% dos trabalhadores da saúde humana e serviços sociais e da educação.

Rendimento Reforça a Desigualdade de Gênero

Os rendimentos mensais reforçam a desigualdade. A média salarial masculina alcançou R$ 3.115, enquanto a média feminina ficou em R$ 2.506. Portanto, os homens receberam, em média, R$ 609 a mais do que as mulheres.

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Essa diferença salarial aumenta drasticamente conforme o grau de instrução. Entre os trabalhadores com ensino superior completo, os homens ganhavam em média R$ 7.347. Entretanto, as mulheres recebiam apenas cerca de 60% desse valor, totalizando R$ 4.591. As mulheres mantiveram-se mais instruídas, já que 28,9% das trabalhadoras tinham ensino superior completo, contra 17,3% dos homens.

Desigualdade por Cor ou Raça e Escolaridade

O IBGE também identificou diferenças nos rendimentos e na escolaridade por cor ou raça, mostrando que a desigualdade é multidimensional:

Rendimento: Trabalhadores indígenas declararam a menor quantia (R$ 1.653), seguidos pelos pretos (R$ 2.061). Na ponta de cima, trabalhadores amarelos recebiam R$ 5.942, e os brancos, R$ 3.659.

Escolaridade: Entre pessoas pretas, pardas e indígenas, a proporção de trabalhadores sem instrução ou com ensino fundamental incompleto é maior que a de pessoas com ensino superior. O inverso ocorre entre brancos e amarelos.

A disparidade se intensifica na análise de trabalhadores com ensino superior completo. Indígenas recebiam menos da metade do valor pago a pessoas amarelas (R$ 3.799 contra R$ 8.411). A diferença entre pretos (R$ 4.175) e brancos (R$ 6.547) também permanece significativa. Desse modo, o Censo 2022 Mulheres no Mercado de Trabalho e demais grupos mostra o longo caminho a percorrer na busca pela equidade.

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