segunda-feira, 8 dezembro, 2025

Plano do governo contra tarifaço dos EUA prevê crédito e compras públicas

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Medida será enviada ao Planalto ainda nesta quarta-feira (6)

O texto da medida provisória (MP) com as ações planejadas pelo governo federal, em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será entregue ao presidente Lula nesta quarta-feira (6). A medida mira especialmente os pequenos exportadores brasileiros impactados pelas tarifas de até 50% sobre produtos do Brasil.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o plano está pronto e inclui concessão de crédito e aumento das compras públicas. “Será um plano muito detalhado para começar a atender, sobretudo, aqueles que são pequenos e não têm alternativas à exportação para os EUA. A maior preocupação é com o pequeno produtor”, disse ao chegar ao ministério.

“Ontem procuramos entender a encomenda do presidente em relação ao detalhamento. Dissemos que a questão empresa por empresa pode ser objeto de regulamentação. Provavelmente o ato do presidente será uma medida provisória, para entrar em vigor imediatamente”, afirmou.

Soberania e unidade nacional

Haddad reforçou que as medidas têm como foco a soberania nacional e o cumprimento das leis brasileiras. Ele classificou como inaceitável qualquer tentativa de interferência do governo norte-americano no Judiciário do Brasil.

“O Executivo está zelando pelo interesse nacional”, disse o ministro. Ele também defendeu a união de empresários e governadores, inclusive da oposição, para proteger a economia dos estados.

“Precisam ligar para a oposição e pedir que parem de atrapalhar o país. Somos o único país do mundo que tem uma força política interna em Washington trabalhando contra o interesse nacional. Tem algum indiano fazendo isso? Algum chinês? Algum europeu?”, questionou.

Críticas à oposição

Durante a entrevista, Haddad citou uma fala recente de Eduardo Bolsonaro, na qual o deputado licenciado “ameaça o Congresso Nacional”. Ele também mencionou declarações de lideranças da extrema direita que teriam dito abertamente que vão continuar “atrapalhando o país”.

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“Se isso não é a notícia do dia, fica difícil entender para onde nós vamos. O país precisa se unir para defender a causa nacional e separar o que é a economia do que é política”, destacou.

Reunião com o Tesouro dos EUA

O ministro confirmou que uma reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, já está marcada para a próxima quarta-feira (13). A depender do andamento da conversa, há possibilidade de novo encontro presencial.

“A ideia é construir um entendimento entre os dois países, que têm um relacionamento de 200 anos”, pontuou.

Tratamento igual ao bloco sul-americano

Por fim, Haddad reiterou que mesmo a taxação inicial de 10% já era considerada inadequada, dado que os países da América do Sul mantêm uma balança comercial deficitária com os EUA.

“O Brasil não pode ser tratado diferentemente do Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia. Somos um bloco econômico, assim como a União Europeia”, argumentou.

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