As missas dominicais do padre Júlio Lancelotti não serão mais transmitidas pela internet. O anúncio foi feito pelo próprio sacerdote durante a celebração do último domingo (14), na Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca. Segundo apuração, a decisão partiu da cúpula da Arquidiocese de São Paulo.
A ordem, de acordo com a jornalista e voluntária Denise Ribeiro, veio diretamente do arcebispo Dom Odilo Scherer na semana passada. Diante da repercussão, Lancelotti publicou uma nota de esclarecimento nesta terça-feira (16).
Padre nega transferência e confirma obediência à decisão
Em sua nota, o padre confirmou a suspensão temporária das transmissões. No entanto, ele rebateu rumores que circulavam em grupos católicos. “Não procede a informação sobre a transferência da Paróquia São Miguel Arcanjo”, afirmou. As missas presenciais continuam normalmente, aos domingos, às 10h.
Em contato com a Agência Brasil, Lancelotti se disse resiliente. “Recebo [a notícia] com resiliência e obediência”, declarou o religioso. A reportagem tentou contato com a Arquidiocese de São Paulo, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Conheça a trajetória do padre defensor dos oprimidos
Padre Júlio Lancelotti é uma figura conhecida nacionalmente por seu trabalho junto à população em situação de rua. Há décadas, ele lidera iniciativas de acolhimento, distribuição de alimentos e assistência social na capital paulista.
Sua atuação, contudo, frequentemente o coloca no centro de polêmicas políticas. Em 2024, por exemplo, o vereador Rubinho Nunes tentou instaurar uma CPI para investigar suas ações. O pedido, no entanto, foi rejeitado pela Câmara Municipal.
Além do trabalho social, o padre mantém projetos de incentivo à leitura e inclusão digital. Sua paróquia na Mooca é um ponto de referência para pessoas em situação de vulnerabilidade há mais de 40 anos.






