O Brasil possui um grande potencial geológico para minerais críticos, mas sempre enfrentou dificuldades para transformá-lo em produção econômica robusta. Esta é a conclusão de um novo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Até recentemente, o país esteve distante do patamar de grandes produtores, como Austrália e China.
Esses minerais são recursos essenciais para a tecnologia, defesa e, principalmente, para a transição energética global. Sua cadeia de fornecimento, no entanto, é considerada vulnerável. Eles incluem lítio, cobalto, níquel e terras raras, componentes vitais para baterias de veículos elétricos, painéis solares e semicondutores.
Brasil detém 10% das reservas globais, mas produção é modesta
Segundo dados do Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram), o país detém cerca de 10% das reservas mundiais desses minerais estratégicos. Apesar dessa riqueza natural, sua participação no comércio internacional nas últimas duas décadas foi tímida. Conforme o Ipea, isso reflete as dificuldades internas de uma produção mineral incerta.
Novo ciclo de investimentos pode mudar cenário, diz estudo
O estudo “Qual a importância do Brasil na cadeia global de minerais críticos?” foi divulgado nesta quinta-feira (4). Os pesquisadores observam uma mudança positiva. A retomada dos investimentos em pesquisa geológica e em capital físico, nos últimos anos, parece preparar o país para um ciclo virtuoso de expansão.
Os autores são otimistas, porém cautelosos. Eles acreditam que este novo ciclo de investimentos pode impulsionar a mineração brasileira a um patamar mais competitivo. No entanto, alertam que as expectativas sobre o impacto do setor na economia devem ser realistas.
Historicamente, a cadeia produtiva da mineração oscilou entre 0,75% e 2% do PIB. Essa variação depende muito dos ciclos de preço das commodities, especialmente do minério de ferro, que ainda domina o setor.






