Frida Kahlo entrou definitivamente para a história da arte. Seu autorretrato “El sueño (La cama)” foi arrematado por US$ 54,7 milhões (cerca de R$ 292 milhões) em um leilão da Sotheby’s em Londres, tornando-se a obra mais cara já feita por uma mulher.
A venda da pintura de 1940 superou o recorde anterior da própria Kahlo e também o de Georgia O’Keeffe. O valor é aproximadamente mil vezes maior que o preço pago pela obra em seu último leilão, em 1980.
Por que esta obra é tão simbólica?
Pintado durante um período de intensa turbulência pessoal, “El sueño (La cama)” é considerado um dos autorretratos mais psicológicos de Kahlo. A tela mostra a artista dormindo em uma cama colonial, coberta por um cobertor dourado.
Acima dela, um esqueleto em tamanho real repousa envolto em fios de dinamite. A imagem poderosa é coroada por um buquê vibrante sobre almofadas. A obra representa a constante presença da morte e do sofrimento na vida da artista.
Família celebra enquanto especialistas questionam
Mara Romeo Kahlo, sobrinha-neta da artista, comemorou o recorde. “Estou muito orgulhosa de que ela seja uma das mulheres mais valorizadas”, declarou à Associated Press. “Acho que todos carregam um pedacinho da minha tia no coração”.
Entretanto, alguns historiadores da arte manifestaram preocupação. Eles temem que a pintura, não exibida publicamente desde o final dos anos 1990, possa desaparecer novamente da vista do público após o leilão.
O mercado de arte de Frida Kahlo
Este autorretrato está entre as poucas obras de Kahlo que permaneciam em mãos privadas fora do México. No país natal da artista, seu conjunto de obras foi declarado monumento artístico, impedindo que sejam vendidas no exterior.
O recorde anterior da artista era “Diego e Eu”, vendido por US$ 34,9 milhões em 2021. Antes disso, a obra mais cara de uma mulher pertencia a Georgia O’Keeffe, com “Jimson Weed/White Flower No. 1” arrematada por US$ 44,4 milhões em 2014.
A identidade do comprador da obra recorde de Kahlo não foi divulgada. A pintura já recebeu solicitações para futuras exposições em Nova York, Londres e Bruxelas.







