A inflação oficial medida pelo IPCA ficou em 0,09% em outubro, o menor resultado para o mês desde 1998. A principal razão para essa desaceleração foi a redução na conta de luz, que puxou o índice para baixo segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (11).
Queda na energia elétrica explica baixa inflação
A energia elétrica residencial recuou 2,39% no mês, representando impacto de -0,1 ponto percentual no IPCA. Essa queda ocorreu devido à migração da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para o patamar 1, reduzindo o adicional cobrado na conta de luz de R$ 7,87 para R$ 4,47 a cada 100 kWh consumidos.
Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, sem o alívio na conta de luz, o IPCA de outubro teria ficado em 0,20%.
Alimentação se mantém estável após quatro meses de queda
O grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso no orçamento familiar, apresentou estabilidade em outubro com variação de 0,01%. Esta é a menor variação para outubro desde 2017.
Entre os principais produtos, destacaram-se as quedas do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%). Por outro lado, a batata-inglesa subiu 8,56% e o óleo de soja, 4,64%.
Comportamento dos principais grupos de produtos
- Habitação: -0,30% (influenciado pela energia)
- Vestuário: 0,51%
- Transportes: 0,11%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,41%
Inflação acumulada em 12 meses cai para 4,68%
Com o resultado de outubro, o IPCA acumulado em 12 meses recuou para 4,68%, abaixo dos 5,17% registrados em setembro. Esta é a primeira vez em oito meses que o índice fica abaixo de 5%.
No entanto, o índice ainda permanece acima do centro da meta do governo, que é de 3%, com tolerância de até 4,5%. Este é o 13º mês consecutivo que a inflação fica fora do limite de tolerância.
Serviços continuam pressionando a inflação
A inflação de serviços marcou 0,41% em outubro e acumula 6,20% em 12 meses. Este grupo é mais sensível ao aquecimento da economia e à taxa de juros, mantendo-se como um dos principais desafios para o controle da inflação.
O Banco Central mantém a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, justamente para conter a pressão inflacionária, especialmente no setor de serviços.







