A projeção do IPCA, índice que mede a inflação oficial do Brasil, caiu de 4,83% para 4,81% neste ano. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) junto a instituições financeiras.
Inflação acima da meta
Mesmo com a revisão, a estimativa para 2025 segue acima do teto da meta de inflação. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, limite máximo de 4,5%.
Em agosto, a inflação oficial registrou deflação de 0,11%, puxada pela queda na conta de energia elétrica. Com isso, o IPCA acumulou alta de 5,13% em 12 meses, segundo o IBGE.
Selic deve permanecer elevada
Para controlar a inflação, o BC mantém a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão foi tomada pelo Copom diante da incerteza do cenário externo e do ritmo moderado da economia interna.
O colegiado já indicou que pretende segurar os juros “por período prolongado”. Analistas projetam que a Selic encerre 2025 em 15%, caindo para 12,25% em 2026 e chegando a 10% até 2028.
Impactos dos juros
Com juros mais altos, o crédito fica mais caro, a poupança é estimulada e a demanda diminui, ajudando a conter a inflação. Em contrapartida, a economia cresce em ritmo mais lento. Quando a taxa básica cai, há incentivo ao consumo e à produção, mas o controle sobre os preços tende a se reduzir.
PIB e câmbio
No Boletim Focus, a previsão para o crescimento do PIB em 2025 foi mantida em 2,16%. Para 2026, a expectativa é de 1,8%, seguida de 1,9% em 2027 e 2% em 2028.
No segundo trimestre, a economia brasileira avançou 0,4%, puxada pela indústria e pelos serviços. Em 2024, o PIB cresceu 3,4%, maior resultado desde 2021.
O dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,48, enquanto para 2026 a estimativa é de R$ 5,58.