O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira (26) que a Corte não descarta reagir às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a integrantes do tribunal.
Sanções contra ministros
Segundo Barroso, a definição sobre uma eventual resposta ocorrerá apenas após o fim do julgamento da trama golpista ligada ao governo de Jair Bolsonaro. O chamado Núcleo 1, formado pelo ex-presidente e sete aliados, já foi condenado. Os núcleos 2, 3 e 4 devem ser julgados até o final de 2025.
Até o momento, pelo menos seis ministros do STF foram alvo das medidas determinadas pelo presidente norte-americano Donald Trump. Entre as sanções estão a suspensão de vistos de viagem e a aplicação da Lei Magnitsky.
Quem foi atingido
Além de Barroso, foram incluídos na lista os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, relator dos processos da trama golpista. A esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, também foi alvo.
Já os ministros Nunes Marques, André Mendonça — ambos indicados por Bolsonaro — e Luiz Fux não sofreram sanções.
Polarização e pacificação
Barroso voltou a defender a pacificação do país diante da polarização política. “Quem teme ser preso [pela trama golpista] está querendo briga, e não pacificação. A minha única frustração foi não ter conseguido fazer a pacificação”, disse.
Transição no STF
Na próxima segunda-feira (29), os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes assumirão os cargos de presidente e vice-presidente do STF, respectivamente. Barroso encerrará seu mandato de dois anos à frente da Corte.