O Ministério da Saúde iniciou a implantação do novo exame de HPV no SUS, um teste molecular de DNA que substitui o tradicional Papanicolau no rastreamento do câncer de colo do útero. Já disponível em 12 estados brasileiros, a tecnologia representa um avanço para a saúde da mulher, com diagnósticos mais rápidos e precisos.
Como funciona o exame de DNA-HPV
O teste DNA-HPV identifica 14 tipos do papilomavírus humano, principal causador do câncer de colo do útero. A coleta é semelhante à do Papanicolau, mas a análise é feita a partir do DNA viral, aumentando a sensibilidade do diagnóstico.
Estudos apontam que o exame pode detectar alterações até 10 anos antes do surgimento de lesões visíveis em lâmina, garantindo mais chances de cura com o tratamento precoce.
Principais diferenças em relação ao Papanicolau
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a infraestrutura de testes criada durante a pandemia está sendo aproveitada para o diagnóstico do HPV. Isso deve reduzir o tempo de espera e acelerar o início do tratamento.
- Intervalo maior: repetição a cada 5 anos, contra 3 do Papanicolau;
- Redução de exames repetidos: a mesma amostra pode ser reutilizada;
- Mais eficiência: evita procedimentos desnecessários.
Onde o exame já está disponível?
O teste começou a ser oferecido em Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A meta é que até dezembro de 2026 o exame esteja acessível em todo o país, beneficiando cerca de 7 milhões de mulheres por ano.
Público-alvo
Podem realizar o exame pelo SUS:
- Mulheres cisgênero de 25 a 64 anos;
- Homens trans, pessoas não binárias, de gênero fluido e intersexuais com sistema reprodutivo feminino.
O acesso é feito por meio de consulta ginecológica regular nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
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Impacto para a saúde pública
Com apoio do INCA, Fiocruz e Hospital Israelita Albert Einstein, a iniciativa deve modernizar o rastreamento oncológico no Brasil. O governo também ampliou recentemente o tratamento do câncer de mama pelo SUS, reforçando os investimentos em políticas de prevenção e cuidado oncológico.
Vacina contra o HPV continua essencial
Mesmo com o novo exame, a vacina contra o HPV segue como principal forma de prevenção. Disponível gratuitamente no SUS, é aplicada em dose única em meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 e em grupos específicos até 45 anos, como imunossuprimidos.
A combinação da vacinação em massa com o rastreamento via DNA-HPV deve acelerar a redução de casos de câncer de colo do útero no Brasil.