quarta-feira, 10 dezembro, 2025

Praga silenciosa: cigarrinha-do-milho avança no Oeste de SC e preocupa produtores

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A cigarrinha-do-milho é uma praga quase invisível aos olhos, mas capaz de causar grandes prejuízos às lavouras. No Grande Oeste catarinense, o avanço do inseto acendeu um novo alerta após o levantamento do programa Monitora Milho SC indicar aumento na população da espécie, com média de 16 cigarrinhas por armadilha monitorada em 55 lavouras do Estado.

O estudo, realizado entre 24 de novembro e 1º de dezembro, registrou maior incidência da praga nos municípios de Ipira, Tigrinhos, Saudades e Guatambu. A preocupação também aumentou em Benedito Novo, no Vale do Itajaí, e em Braço do Norte, no Sul do Estado.

Análises laboratoriais identificaram a presença das bactérias responsáveis pelo enfezamento-vermelho e enfezamento-pálido, além de vírus que agravam as infecções na cultura do milho. A região do Extremo-Oeste segue como a mais afetada, por apresentar recorrência de casos em diversas safras.

Extremo-Oeste tem as maiores taxas de incidência

De acordo com a pesquisadora Maria Cristina Canale, da Epagri/Cepaf, o aumento da população da cigarrinha-do-milho ocorre em um estágio avançado do desenvolvimento das lavouras, entre V10 e R4. Esse período reduz a suscetibilidade das plantas, mas ainda há áreas em fase vegetativa que exigem maior atenção.

“É necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora, inclusive em Santa Catarina, com a participação ativa de todos os produtores envolvidos com a produção de milho, no manejo integrado regionalizado”, afirma.

Riscos para a próxima safra

Para as áreas que ainda estão na fase vegetativa, os especialistas recomendam manejo com inseticidas de contato e sistêmicos, além do uso de produtos biológicos, com o objetivo de reduzir a migração de insetos para novas áreas.

Já os agricultores que iniciaram a colheita devem ajustar o maquinário para evitar perdas de grãos. A queda de sementes favorece o surgimento de plantas voluntárias, que servem de hospedeiro para a cigarrinha e mantêm os patógenos ativos na entressafra.

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Manejo recomendado

Entre as principais orientações para produtores estão:

  • aplicação de inseticidas de contato e sistêmicos;
  • uso combinado de produtos biológicos;
  • monitoramento semanal da presença do inseto;
  • controle de plantas voluntárias entre safras.

A Epagri reforça que a praga possui alta mobilidade, o que exige ações conjuntas entre produtores de regiões vizinhas.

Programa de monitoramento é referência no Brasil

O Monitora Milho SC, criado em 2021, realiza coletas semanais em diferentes regiões catarinenses e se tornou referência nacional e internacional no monitoramento da cigarrinha-do-milho. A metodologia já é utilizada por instituições de pesquisa de outros estados e até de países vizinhos.

O comitê responsável pelo programa reúne Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.

Fonte: Epagri/Cepaf

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