A suspensão das aulas em Casas Familiares Rurais de Santa Catarina está sendo revista. Na semana passada, durante o Alesc Itinerante em Chapecó, alunos, pais e professores manifestaram intriga com a decisão da Secretaria Estadual de Educação. Deputados levaram adiante o debate e agora a situação se encaminha para um desfecho melhor.
O deputado Altair Silva (PP), presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa, reuniu-se nesta terça-feira (3) com o secretário de Estado da Educação (SED), Aristides Cimadon, para solicitar a reabertura das matrículas e rematrículas para as Casas Familiares Rurais (CFRs) no próximo ano letivo.
Durante a reunião, a SED comprometeu-se a liberar as inscrições e anunciar oficialmente os detalhes, incluindo prazos e procedimentos. Cimadon explicou que as matrículas estavam suspensas devido a uma possível reestruturação no modelo de funcionamento das CFRs, ainda em análise.
Segundo Altair Silva, pais de alunos relataram que foram informados da suspensão sem aviso prévio. “Não podemos gerar esse tipo de insegurança. Como as famílias podem ficar tranquilas sem saber se seus filhos poderão continuar os estudos nas CFRs? O período de matrículas é agora, e nossos estudantes não podem perder o ano. Qualquer mudança deve ser implementada com o ano letivo já em andamento”, afirmou.
O parlamentar também destacou a importância das Casas Familiares Rurais para a agricultura catarinense. “Essas escolas promovem a sucessão familiar no campo, fortalecendo o setor agropecuário. Suspender as matrículas é um golpe grave contra a agricultura do estado”, concluiu.
As Casas Familiares Rurais funcionam em sistema de pedagogia de alternância. Dessa forma, os estudantes passam um período no colégio e outro em casa, possibilitando a eles a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos.
De acordo com dados da Associação Estadual das Casas Familiares Rurais (Arcafar), Santa Catarina possui 11 colégios em funcionamento. Eles atendem cerca de 680 alunos e empregam aproximadamente 150 profissionais entre professores, merendeiras e monitores noturnos.