Notícias de Chapecó – A prevenção à estiagem em Chapecó voltou ao centro das discussões após a confirmação de que o fenômeno La Niña deve influenciar o verão no Sul do Brasil. Com o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, especialistas alertam para um período de chuva abaixo da média entre o fim de dezembro e o início de fevereiro.
Já acostumado a enfrentar períodos secos, o município se antecipou e reuniu secretarias e representantes da Defesa Civil para alinhar medidas que reduzam os impactos da falta de chuva, especialmente nas áreas rurais.
Município define ações preventivas diante da previsão de estiagem causada pelo fenômeno La Niña no Sul do país
Em encontro realizado na prefeitura, o diretor da Defesa Civil de Chapecó, Walter Parizotto, destacou que o foco inicial será mapear demandas e estruturar ações preventivas. “O objetivo é garantir que as comunidades tenham suporte. Estão em análise medidas como ampliação de reservatórios e o transporte de água quando necessário”, afirmou.
Secretarias municipais receberão a missão de identificar as regiões mais vulneráveis. Também está prevista articulação com agroindústrias locais, setor que desempenha papel essencial na economia do município e que depende diretamente de água para manter a produção.
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Estruturas e equipamentos já estão disponíveis
Para reforçar a estratégia, o secretário de Serviços Urbanos e Zeladoria, Nelson Krombaurer, afirmou que a prefeitura dispõe de kits para transporte de água, utilizados em estiagens anteriores. Esses equipamentos poderão ser adaptados para caminhões e mobilizados rapidamente, caso seja necessário abastecer comunidades.
No interior, algumas localidades apresentam desafios específicos. Em áreas de relevo mais acentuado, por exemplo, o transporte de água exige soluções diferenciadas. Segundo o superintendente do distrito de Marechal Bormann, Izaías Almeida, além do transporte, será feito um diagnóstico da infraestrutura existente, como cisternas e reservatórios instalados em propriedades rurais.
Criação de grupo de trabalho e investimentos contínuos
Para dar continuidade às decisões e acompanhar o andamento das ações, foi sugerida a criação de um Grupo de Trabalho coordenado pela Defesa Civil.
O secretário de Agricultura e Pesca, Mauro Zandavalli, lembrou que Chapecó vem investindo em prevenção há anos. Nos últimos cinco anos, foram perfurados mais de 100 poços artesianos, beneficiando cerca de 1,2 mil famílias. Regiões como Serrinha, Campinas e Bom Retiro já tiveram problemas sanados com essas iniciativas.
Ainda assim, algumas comunidades rurais seguem com dificuldades históricas de acesso à água, como Baronesa da Limeira, São Roque e Linha Marcon. Em parceria com a Casan, ações específicas estão em andamento: na Baronesa, já foi definido o atendimento emergencial; na Linha Marcon, o poço existente está passando por aprofundamento para aumentar a vazão.
Compromisso com o produtor e a população
A preocupação é garantir abastecimento e segurança hídrica tanto para famílias quanto para produtores rurais, que podem sofrer grandes prejuízos em períodos de estiagem prolongada. A presença de diversas secretarias, incluindo Obras e Infraestrutura Urbana, reforça o comprometimento de Chapecó em atravessar o verão com planejamento e menos impactos.







