A nota de repúdio emitida pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc), contra o anunciado aumento do IOF pelo governo federal, tem o apoio total do Sitran. Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Chapecó, a elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras pode causar impacto significativo no transporte rodoviário, responsável por mais de 65% da movimentação de cargas no Brasil.
Um dos argumentos para a contrariedade da federação e do sindicato empresarial do transporte está na elevação representativa do custo do crédito para as empresas. O presidente do Sitran, Ivalberto Tozzo, afirma que “o setor do transporte necessita estar constantemente se atualizando, principalmente em termos de veículos, insumos e manutenção da frota, para a prestação de serviços no mercado nacional e internacional, como fazem diversas empresas da região Oeste”.
O principal questionamento está no aumento do IOF nas operações de crédito, de 0,38% na contratação e 1,88% ao ano para 0,95% na contratação e teto de 3,95% ao ano. Com essa e outras mudanças que envolvem a incidência do tributo no câmbio e seguros, o governo busca reduzir o que diz ser “distorção” na cobrança do imposto e arrecadar até R$ 20,5 bilhões a mais em 2025 para cumprir suas metas fiscais.

Para o presidente do Sitran, “em vez de ver a redução de gastos e do enxugamento da máquina pública, mais uma vez o setor produtivo é penalizado devido à falta de planejamento governamental”. Ivalberto Tozzo reafirma que a mudança anunciada no IOF significa novo obstáculo ao desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas, enquanto não há, de outra parte, melhoria consistente na malha de rodovias, que são locais de trágicos acidentes e da insegurança em decorrência do roubo de veículos e cargas.

FEITOS NA CADEIA LOGÍSTICA
A nota pública da Fetrancesc, assinada por seu presidente Dagnor Schneider, alerta que o anunciado aumento do IOF pode gerar efeitos sobre toda a cadeia logística e produtiva. Isso pode envolver: elevação dos custos operacionais; repasse de preços ao consumidor final; desestímulo à renovação de frotas, impactando negativamente na segurança viária e na redução das emissões de poluentes ao meio ambiente; e redução da competitividade do setor.