Por: Mayara Leite – Redatora Seo On
Economia – A produção industrial brasileira apresentou alta de 0,8% em agosto em relação a julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado surpreendeu o mercado, que esperava um crescimento mais modesto de 0,3%, e marcou o melhor desempenho mensal desde março, quando houve avanço de 1,7%.
Recuperação após meses de queda
O setor industrial vinha enfrentando dificuldades nos últimos quatro meses, com retração em três deles e apenas uma leve alta em junho (0,1%). Nesse período, acumulou perdas de 1,2%. Na comparação com agosto de 2024, no entanto, houve queda de 0,7%, praticamente em linha com as expectativas (-0,8%).
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, a base de comparação depreciada e a disseminação de taxas positivas entre diferentes setores ajudaram a explicar o resultado de agosto.
Setores que mais cresceram
Das 25 atividades pesquisadas, 16 registraram aumento na produção, maior espalhamento desde março. Entre os destaques positivos estão:
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+13,4%)
- Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (+1,8%)
- Produtos alimentícios (+1,3%)
Entre os segmentos que recuaram, os produtos químicos tiveram maior impacto negativo, com queda de 1,6%, interrompendo três meses seguidos de crescimento.
Categorias econômicas
Três das quatro grandes categorias econômicas registraram crescimento:
- Bens intermediários (+1,0%)
- Bens de consumo semi e não duráveis (+0,9%)
- Bens de consumo duráveis (+0,6%)
Já os bens de capital, ligados a investimentos em máquinas e equipamentos, tiveram retração de 1,4%.
Contexto externo e juros internos
O resultado positivo ocorre mesmo com a entrada em vigor das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros em agosto. Analistas avaliam que o impacto dessas medidas deve ser moderado no curto prazo.
No entanto, economistas alertam que a indústria ainda enfrenta restrições impostas pela política monetária, já que a taxa Selic em 15% encarece o crédito e limita novos investimentos.
Fonte: Portal CNN