A atividade econômica brasileira registrou crescimento de 0,4% em agosto deste ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo Banco Central (BC). O resultado, calculado pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considera números dessazonalizados — ou seja, ajustados para o período.
Na comparação com agosto de 2024, houve leve variação positiva de 0,1%, sem ajuste sazonal. No acumulado do ano, o indicador está positivo em 2,6% e, em 12 meses, apresenta alta de 3,2%.
IBC-Br ajuda a orientar decisões sobre juros
O IBC-Br é usado para avaliar o desempenho da economia brasileira e auxilia o Comitê de Política Monetária (Copom) nas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano. O índice reúne dados dos principais setores da economia — indústria, comércio, serviços e agropecuária — além do volume de impostos arrecadados.
Quando o Copom eleva a Selic, o objetivo é conter a demanda e reduzir a pressão inflacionária, já que os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Por outro lado, quando a taxa básica cai, o crédito fica mais acessível, estimulando o consumo e a produção, o que favorece a atividade econômica, mas pode pressionar os preços.
Inflação em alta pressiona decisão do Copom
Depois da queda em agosto, a inflação oficial subiu 0,48% em setembro, impulsionada pelo aumento na conta de luz. Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 5,17%, acima do teto da meta de 4,5%.
Esses indicadores, aliados às incertezas externas, contribuíram para que o Copom mantivesse a Selic em 15% ao ano na última reunião, em setembro. Segundo a ata do colegiado, a decisão visa manter a taxa “por período bastante prolongado”, garantindo o cumprimento da meta de inflação.
Diferença entre IBC-Br e PIB
O IBC-Br é divulgado mensalmente e adota metodologia distinta da usada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), índice oficial do desempenho econômico brasileiro, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora o IBC-Br sirva de referência para a política monetária, ele não representa uma prévia direta do PIB.
No segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 0,4%, impulsionado pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB nacional encerrou com expansão de 3,4% — o quarto ano consecutivo de crescimento e o maior resultado desde 2021, quando o índice atingiu 4,8%.