Morreu em Salvador, na noite da terça-feira (13), o líder religioso Dilvado Franco, aos 98 anos. Ele enfrentava desde 2023 vários problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de câncer de bexiga, em novembro do ano passado. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, segundo a assessoria da Mansão do Caminho.
Nascido em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana (BA), Divaldo Franco dedicou mais de sete décadas à divulgação do espiritismo kardecista no Brasil e no mundo. Fundou em 1952, ao lado de Nilson de Souza Pereira, a Mansão do Caminho, em Salvador, um complexo educacional e assistencial que atende milhares de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
Ao longo de sua vida, psicografou mais de 250 livros, cujos direitos autorais foram doados integralmente a instituições filantrópicas. Reconhecido por sua oratória envolvente, Divaldo proferiu mais de 11 mil conferências em mais de 60 países, sendo apelidado de “Paulo de Tarso do Espiritismo”.
A história de Divaldo Franco foi relatada no filme Divaldo – O Mensageiro da Paz.
Divaldo e sua ligação com Chapecó
Em 2017, no dia 26 de agosto, Divaldo Franco esteve em Chapecó para participar da Conferência Espírita, realizada na Arena Condá. O evento reuniu centenas de pessoas interessadas em ouvir suas palestras sobre espiritualidade, amor e transformação interior.
Uma amizade fraterna com Chico Xavier

Divaldo Franco manteve uma profunda amizade com Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, outro ícone do espiritismo brasileiro. O primeiro encontro entre os dois ocorreu em Pedro Leopoldo (MG), na casa da irmã de Chico, onde passaram horas conversando sobre temas espirituais e experiências pessoais. Naquela ocasião, Chico compartilhou com Divaldo revelações íntimas sobre suas vidas passadas, demonstrando a confiança e o carinho mútuo entre eles.
Essa amizade perdurou por décadas, fortalecida por correspondências e encontros que evidenciavam o respeito e a admiração recíprocos. Em diversas ocasiões, Divaldo referiu-se a Chico como um mestre e exemplo de dedicação ao próximo, enquanto Chico incentivava Divaldo a prosseguir em sua missão de divulgar o espiritismo e auxiliar os necessitados.
O legado de Divaldo Franco permanece vivo por meio de suas obras, palestras e, sobretudo, pelas milhares de vidas transformadas por seu trabalho humanitário. Sua partida representa uma grande perda para o movimento espírita e para todos que encontraram em suas palavras e ações um caminho de luz e esperança.