Narciso Barone – Redação Seo On
A companhia aérea Azul anunciou que encerra voos em 14 cidades brasileiras em 2025, como parte do processo de readequação de sua malha aérea e da reestruturação financeira que realiza sob o Chapter 11, nos Estados Unidos. A medida, oficializada em agosto, já havia sido parcialmente comunicada em janeiro, quando a empresa informou a suspensão das operações em 12 municípios.
No total, a decisão representa o corte de 53 rotas consideradas não lucrativas, redirecionando os esforços da Azul para seus hubs principais — com destaque para o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).
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Cidades afetadas pela suspensão
Entre os municípios que perderam operações da Azul em 2025 estão localidades do Nordeste, Sul e Centro-Oeste. Confira a lista:
- Ceará: Crateús, São Benedito, Sobral e Iguatú
- Rio de Janeiro: Campos
- Santa Catarina: Correia Pinto e Jaguaruna
- Rio Grande do Norte: Mossoró
- Piauí: São Raimundo Nonato e Parnaíba
- Goiás: Rio Verde
- Maranhão: Barreirinhas
- Mato Grosso do Sul: Três Lagoas
- Paraná: Ponta Grossa
Motivos da decisão
Segundo a companhia, a medida faz parte de um processo de adequação da malha aérea iniciado em julho de 2025. Entre os fatores que influenciaram a decisão estão:
- aumento nos custos operacionais da aviação, impactados pela alta do dólar;
- problemas na cadeia global de suprimentos;
- limitações na disponibilidade de frota;
- necessidade de ajuste entre oferta e demanda.
A Azul ressaltou que clientes afetados estão sendo comunicados previamente e receberão a devida assistência, conforme a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Reestruturação financeira pelo Chapter 11
Em paralelo à suspensão de rotas, a Azul conduz um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, aprovado pela Justiça americana em maio de 2025. O plano prevê:
- eliminação de cerca de US$ 2 bilhões em dívidas;
- financiamento de US$ 1,6 bilhão para dar fôlego às operações;
- possibilidade de levantar até US$ 950 milhões em novos investimentos.
Segundo a empresa, parte desse capital será usada para comprar dívidas, enquanto outra parte financiará as operações durante o processo.
Perspectivas da Azul
Apesar das suspensões, a Azul reforça que o movimento é estratégico para manter sua competitividade no mercado aéreo e garantir um crescimento sustentável. A companhia afirma que continuará avaliando a viabilidade de suas operações em todas as bases e que ajustes fazem parte do planejamento operacional.
Em nota, a empresa declarou: “Estamos comprometidos em criar uma companhia aérea mais robusta, eficiente e resiliente, focada nos hubs estratégicos e preparada para atender às demandas futuras do mercado brasileiro e internacional.”
Fonte: G1