domingo, 23 novembro, 2025

Estudo brasileiro revela papel crucial da inflamação cerebral no Alzheimer

Compartilhe essa notícia:

Pesquisadores da UFRGS descobriram que a inflamação cerebral é condição essencial para o estabelecimento e progressão do Alzheimer. O estudo, publicado na Nature Neuroscience, mostra que o acúmulo das proteínas tau e beta-amiloide só causa danos quando as células de defesa do cérebro também estão ativadas.

Liderado pelo neurocientista Eduardo Zimmer, o trabalho utilizou exames de imagem de última geração para observar pela primeira vez essa comunicação celular em pacientes vivos. A descoberta abre novas perspectivas para tratamentos da doença.

Como a inflamação cerebral alimenta o Alzheimer

O professor Zimmer explica que as proteínas formam “pedrinhas insolúveis” no cérebro. Essas estruturas ativam duas células-chave: os astrócitos e as microglias. Quando ambas estão reativas, desencadeiam o processo inflamatório que caracteriza a doença.

“Se o astrócito estiver reativo e a microglia não, nada acontece”, destaca o pesquisador. A combinação das duas células ativas explica 76% da progressão da doença, incluindo o comprometimento cognitivo.

Fatores de risco e prevenção

Embora não se saiba exatamente o que causa o aparecimento das placas beta-amiloides, o estudo confirma que fatores comportamentais influenciam significativamente. Tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e obesidade aumentam o risco.

Por outro lado, a prática de atividades físicas, alimentação balanceada, qualidade do sono e estímulo intelectual ajudam a prevenir o desenvolvimento da doença. Quanto mais exposições positivas ao longo da vida, menores as chances de desenvolver Alzheimer.

Nova perspectiva para tratamentos

A descoberta sugere uma mudança radical na abordagem terapêutica. Em vez de focar apenas na remoção das placas proteicas, como tentavam medicamentos recentes, os pesquisadores propõem interromper a comunicação inflamatória entre as células.

“Além de tirar as ‘pedrinhas’, vamos precisar acalmar essa informação no cérebro”, explica Zimmer. A nova estratégia pode levar ao desenvolvimento de medicamentos mais eficazes contra a doença neurodegenerativa.

LEIA TAMBÉM  Novembro Azul: câncer de próstata cresce no Brasil e especialistas reforçam alerta

O estudo, apoiado pelo Instituto Serrapilheira, representa um avanço significativo na compreensão dos mecanismos do Alzheimer. A pesquisa brasileira contribui para a visão global sobre essa complexa doença que afeta milhões worldwide.

Siga-nos no

Google News

Siga nas Redes Sociais

5,000FãsCurtir
11,450SeguidoresSeguir
260SeguidoresSeguir
760InscritosInscrever

Últimas Notícias

Notícias Relacionadas

Homem é preso por incêndio criminoso em Chapecó

Um homem de 25 anos foi preso nesta quarta-feira (19) por provocar um incêndio...

Guarda Municipal de Chapecó recupera veículo furtado em Xaxim

A Guarda Municipal de Chapecó recuperou um veículo com registro de furto/roubo ativo na...

Mulher com vasta ficha policial é presa por tráfico de drogas no bairro Efapi

Uma mulher de 36 anos, com 32 registros policiais anteriores, foi presa por tráfico...

Santa Catarina consolida título de estado mais seguro com números recordes da polícia

Santa Catarina reforçou sua posição como estado mais seguro do país com dados impressionantes...