O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 316,1 milhões em crédito para empresas de Santa Catarina impactadas pelas medidas tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos. Os recursos fazem parte do Plano Brasil Soberano e têm como objetivo apoiar companhias que enfrentam queda nas exportações e dificuldades operacionais.
Desde 18 de setembro, o banco recebeu 31 pedidos de crédito no Estado, que somam R$ 451,1 milhões.
Crédito nacional já ultrapassa R$ 2 bilhões
Em todo o país, o BNDES já liberou R$ 2,1 bilhões em crédito, em 153 operações. A maior parte, R$ 1,96 bilhão, foi destinada à linha Capital de Giro, voltada para despesas operacionais. Outros R$ 160,8 milhões foram aprovados na linha Giro Diversificação, que incentiva empresas a buscar novos mercados.
Até o momento, foram protocolados 213 pedidos, totalizando R$ 4,76 bilhões. Desse total, R$ 200 milhões estão em análise na linha Capital de Giro e R$ 2,4 bilhões na linha Giro Diversificação.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou o compromisso da instituição: “A determinação do presidente Lula é não deixar nenhuma empresa para trás. Estamos conseguindo apoiar as empresas para que mantenham seus negócios, busquem novos mercados e protejam os empregos.”
Setor moveleiro é o mais atingido em SC
As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos entraram em vigor em 6 de agosto. O Brasil e a Índia foram os países mais tarifados pelo governo norte-americano.
Em Santa Catarina, o setor moveleiro é o mais afetado, especialmente nas regiões de São Bento do Sul e Caçador, polos exportadores. De acordo com o economista-chefe da Fiesc, Pablo Felipe Bittencourt, já são registradas quedas nos embarques, redução de pedidos e até férias coletivas em algumas indústrias.
“Para o Estado, a estimativa é de uma perda de PIB em torno de 0,3% em até dois anos. Muitas empresas estão com quase 100% da produção voltada ao mercado dos Estados Unidos e não vão conseguir exportar”, afirmou.
Exportações e empregos em risco
Segundo a Fiesc, o setor moveleiro catarinense exportou US$ 84 milhões em 2024. A tendência, contudo, é de queda acentuada com a nova tarifa. Além da redução nas vendas externas, há risco de demissões e cortes na produção, afetando toda a cadeia produtiva que depende do mercado norte-americano.