segunda-feira, 8 setembro, 2025

Brasil registra mais de 45 mil internações por envenenamento em 10 anos

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Entre 2009 e 2024, o Brasil contabilizou 45.511 atendimentos de emergência na rede pública relacionados a envenenamento que evoluíram para internação hospitalar. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

Desse total, 3.461 internações foram motivadas por intoxicação proposital causada por terceiros. A média registrada no período foi de 4.551 casos por ano – o equivalente a 379 ocorrências por mês ou 12,6 por dia. “A cada duas horas, uma pessoa deu entrada numa emergência pública em consequência de ingestão de substâncias tóxicas”, alertou a Abramede.

Principais substâncias envolvidas

Entre os envenenamentos mais recorrentes estão:

  • Produtos químicos não especificados – 6.556 casos
  • Drogas, medicamentos e substâncias biológicas – 6.407 casos
  • Substâncias químicas nocivas não especificadas – 5.104 casos

Nos casos acidentais, as causas mais comuns foram:

  • Exposição a analgésicos e medicamentos para dor, febre e inflamação – 2.225 casos
  • Intoxicação por álcool – 1.954 casos
  • Exposição a pesticidas – 1.830 casos
  • Uso de anticonvulsivantes, sedativos e hipnóticos – 1.941 casos

Distribuição regional

A Região Sudeste lidera em número de registros, com mais de 19 mil ocorrências, sendo São Paulo (10.161) e Minas Gerais (6.154) os estados com mais casos. Na sequência aparecem:

  • Sul: 9.630 casos (Paraná: 3.764; Rio Grande do Sul: 3.278)
  • Nordeste: 7.080 casos (Bahia: 2.274; Pernambuco: 949)
  • Centro-Oeste: 5.161 casos (Distrito Federal: 2.206; Goiás: 1.876)
  • Norte: 3.980 casos (Pará: 2.047; Rondônia: 936)

Perfil das vítimas

A maioria dos atendimentos envolveu homens (23.796). Entre as faixas etárias, destacam-se:

  • Adultos de 20 a 29 anos – 7.313 registros
  • Crianças de 1 a 4 anos – 7.204 registros
  • Idosos acima de 70 anos – 2.580 registros
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Casos recentes

O levantamento cita episódios recentes que chocaram o país:

  • Torres (RS), dezembro/2024: três pessoas de uma mesma família morreram após consumir bolo contaminado com arsênio.
  • Parnaíba (PI), janeiro/2025: refeição de Réveillon adulterada com inseticida matou cinco pessoas, incluindo um bebê.
  • Imperatriz (MA), abril/2025: duas crianças morreram após comer ovo de Páscoa envenenado.
  • Natal (RN), abril/2025: bebê de 8 meses morreu após consumir açaí contaminado entregue como presente.

Alerta

A Abramede reforça a importância de médicos emergencistas no atendimento a casos críticos e alerta para a fácil disponibilidade de venenos, a falta de fiscalização, a impunidade e o uso dessas substâncias em contextos íntimos e emocionais.

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