Narciso Barone – Redação Seo On
Ferimentos no corpo de um menino de 10 anos revelaram uma rotina de tortura praticada pelos pais adotivos em Itaiópolis, no Planalto Norte de Santa Catarina. A investigação da Polícia Civil apontou que o casal, ambos de 37 anos, agredia constantemente os três filhos, de 10, 8 e 4 anos, utilizando chinelos, pedaços de pau e até um espeto de churrasco.
Como o caso foi descoberto
O caso veio à tona no dia 16 de julho, quando a escola de um dos meninos acionou o Conselho Tutelar. A criança de 10 anos se recusava a participar das aulas de educação física, alegando fortes dores no corpo. Ao ser acolhido, contou que sofria agressões frequentes dos pais adotivos.
Na última quinta-feira (14), a Polícia Civil divulgou os resultados da investigação, que resultou no indiciamento dos dois responsáveis.
Leia também: Oito alunos passam mal após comer bolo levado por colega em escola de Florianópolis
Contradições e provas periciais
No início das apurações, os pais admitiram apenas ter agredido o filho mais velho com um chinelo, alegando “corretivo” após ele pegar R$ 100. Negaram qualquer violência contra os outros filhos e atribuíram as marcas no corpo a quedas e brigas infantis.
Porém, os laudos periciais contradisseram a versão. O exame do menino de 10 anos apontou lesões em diferentes estágios de cicatrização, evidenciando agressões contínuas. Já a menina de 8 anos apresentava uma cicatriz compatível com ferimento causado por instrumento cortante, reforçando o uso de um espeto de churrasco nas agressões.
Relatos de tortura
Uma conselheira tutelar que acompanhou o caso relatou que as crianças sofriam agressões sistemáticas, incluindo socos, chineladas, estrangulamentos e privação de comida, além de serem trancadas em um quarto como forma de castigo.
Em nota, a Polícia Civil destacou a gravidade do caso:
“Este episódio revela uma crueldade inimaginável, onde o lar, que deveria ser refúgio, se transformou em cenário de terror. Trabalhamos de forma técnica e incisiva para reunir provas e garantir que os responsáveis sejam exemplarmente punidos. A proteção de nossas crianças é inegociável.”
Indiciamento dos pais adotivos
Com a conclusão do inquérito, os pais foram indiciados e o processo segue agora para análise do Ministério Público e do Poder Judiciário, que decidirão pelos crimes a serem imputados ao casal.
Fonte: Polícia Civil de Santa Catarina