quarta-feira, 23 julho, 2025

Estados Unidos podem cortar acesso ao GPS no Brasil? Veja como funciona a tecnologia de geolocalização

Compartilhe essa notícia:

A tensão diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos ganhou um novo capítulo com o anúncio de sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o Departamento de Estado americano revogou o visto do magistrado, citando uma suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O comunicado partiu do senador republicano Marco Rubio, que atribuiu a decisão à postura do ministro diante de ações relacionadas ao ex-mandatário brasileiro.

Sanções podem ir além do visto?

Aliados de Bolsonaro afirmam que essa ação contra Moraes seria apenas o início. Entre as medidas cogitadas estariam:

  • Aumento de tarifas de importação para produtos brasileiros;
  • Punições em conjunto com a OTAN;
  • E até uma proposta extrema: bloquear o uso do GPS no Brasil.

É possível cortar o sinal do GPS no Brasil?

A afirmação de que os EUA poderiam restringir o acesso ao sistema de GPS gerou alarde nas redes. Mas, segundo especialistas, essa hipótese é altamente improvável.

O engenheiro Eduardo Tude, especialista em telecomunicações, explica que os sinais do GPS são transmitidos por satélites diretamente para o planeta todo. “É como a TV aberta: não dá para bloquear só um país. O sinal vai para todos”, afirma.

O que é o GPS e como ele funciona?

O GPS (Global Positioning System) é um sistema de geolocalização criado pelo Departamento de Defesa dos EUA. Ele utiliza uma constelação de satélites que enviam sinais para dispositivos terrestres, como celulares e aviões, permitindo identificar a posição com alta precisão.

Hoje, são 31 satélites ativos que garantem cobertura global. Para um receptor funcionar corretamente, é necessário captar sinais de pelo menos quatro satélites diferentes.

LEIA TAMBÉM  Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 40 milhões

Técnicas de interferência: jamming e spoofing

Embora o corte direto do sinal seja inviável, existem formas de interferência local, como:

  • Jamming: emissão de ondas de rádio que anulam o sinal dos satélites;
  • Spoofing: envio de sinais falsos para enganar o receptor e mostrar uma localização incorreta.

Essas técnicas já foram utilizadas por países como a Rússia em zonas de conflito, mas demandam presença física e equipamentos de guerra eletrônica.

Impactos de um possível bloqueio

Se o GPS fosse mesmo cortado, os impactos seriam amplos:

  • Transporte aéreo e marítimo afetados;
  • Logística e entregas comprometidas;
  • Telecomunicações e energia desestabilizadas;
  • Sistema bancário prejudicado por falhas na sincronização de transações.

A especialista Luísa Santos, da Universidade de Buenos Aires, ressalta que “embora tecnicamente possível, um bloqueio desse tipo teria repercussões globais e diplomáticas graves.”

Existe vida além do GPS?

Sim. Hoje já existem sistemas alternativos ao GPS, como:

  • GLONASS (Rússia)
  • BeiDou (China)
  • Galileo (União Europeia)
  • NavIC (Índia)
  • QZSS (Japão)

A maioria dos celulares e dispositivos modernos já é compatível com mais de um desses sistemas. Também existem soluções terrestres de backup, como o eLoran, que garantem sincronização mesmo sem satélites.

Apesar da escalada nas tensões entre Brasil e Estados Unidos e das ameaças simbólicas envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, o bloqueio do GPS é altamente improvável. O cenário revela muito mais sobre a retórica política do que sobre ações tecnicamente viáveis — e reforça a importância de sistemas de localização autônomos para a soberania digital de um país.

Fonte: Folha de São Paulo e BBC News

Siga nas Redes Sociais

5,000FãsCurtir
11,450SeguidoresSeguir
260SeguidoresSeguir
760InscritosInscrever

Últimas Notícias

Notícias Relacionadas