O CEO da Diamante Energia fez um alerta durante a reunião de diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta sexta (25): sem investimentos em geração ou linhas de transmissão e com a demanda crescendo, SC pode enfrentar dificuldades no suprimento do insumo nos próximos anos. O executivo da empresa que detém o controle da Usina Termelétrica Jorge Lacerda, de Capivari de Baixo, citou que este é o principal desafio no setor energético do estado.
Litsek observou que a geração térmica consegue dar respostas imediatas a distúrbios da rede. Segundo ele, os sistemas solar e eólico têm demasiada dependência das condições climáticas, diferentemente da matriz térmica. O CEO da Diamante alertou que os incentivos fiscais se concentram em energia renováveis, nas quais Santa Catarina e o Sul do Brasil têm menor potencial.
“A geração solar hoje é de 25 gW [gigawatts] e deve chegar a 50 gW em 2028, mas ela se inicia pela manhã e termina ao entardecer”, afirmou. Conforme Litsek, a água armazenada em reservatórios hidrelétricos poderia ser acionada para suprir essa demanda, porém a ativação dessas usinas não pode ser instantânea, observa o empresário.
Termelétrica no Litoral Norte de SC
Litsek falou também do projeto da Diamante para a implantação de uma usina termelétrica em Garuva, no litoral norte catarinense, utilizando o gás natural que será disponibilizado pelo Terminal Gás Sul (TGS), uma unidade de armazenamento e regaseificação flutuante na Baía da Babitonga, investimento da norte-americana New Fortress Energy (NFE). O projeto da usina termelétrica da Diamante ainda deve passar por leilão de geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e sua construção vai durar cerca de três anos.
Quando em uso, o empreendimento deverá consumir 2,5 milhões dos 15 milhões de metros cúbicos diários que o TGS tem capacidade de oferecer.
O executivo da Diamante ainda lembrou que a Usina Jorge Lacerda, de Capivari de Baixo, tem seu fechamento completo previsto para 2040. “Nesses 15 anos teremos que fazer um plano de transição, para que as 21 mil pessoas empregadas na cadeia do carvão encontrem novos caminhos em outros setores ou mesmo dentro da indústria de carvão”, afirma, ao salientar que o desafio é identificar usos sustentáveis do insumo.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, observou que o tema é crucial para a indústria. “Algumas regiões de SC sofrem com a falta de suprimento, especialmente por questões de rede. A geração térmica tem o desafio de mitigar o impacto ambiental”, afirmou.